São Paulo, terça-feira, 8 de outubro de 1996
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FHC confirma apoio a Pitta e torce por 'aliados'

Presidente divulga nota oficial liberando suporte ao PPB

RICARDO AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso divulgou nota oficial ontem liberando o PSDB de São Paulo e membros de seu governo a apoiar o candidato que escolher no segundo turno das eleições.
Mas, na mesma nota, ele afirma que deseja a "vitória dos partidos aliados" em todo o Brasil.
O PPB, partido do candidato Celso Pitta à Prefeitura de São Paulo, é considerado aliado do governo FHC. Já o PT, da candidata Luiza Erundina, faz oposição ao Palácio do Planalto.
Segundo a nota, a vitória dos partidos aliados e do PSDB nas cidades onde haverá segundo turno é importante para dar "continuação às reformas e demais políticas de que o Brasil necessita".
Terceiro bloco
O bloco PPB-PL é o terceiro maior da Câmara, com 99 deputados. Só perde para os blocos PFL-PTB (126 deputados) e PMDB-PSD-PSL-PSC (103 deputados).
O apoio de FHC a Pitta é implícito. No documento, com oito parágrafos, o presidente afirma que não se sente "no imperativo de manifestar apoio pessoal ou político aos candidatos em disputa" em São Paulo.
Ele diz que explicitou seu apoio ao candidato tucano José Serra, no primeiro turno das eleições, porque o senador é "correligionário, amigo e colaborador".
Mas FHC deixa claro que a situação agora é outra e que não cabe a ele "imiscuir-se nas decisões partidárias locais, nem condicioná-las a discussões de âmbito nacional", numa clara alusão à liberação do PSDB de São Paulo.
Ministros
A nota diz ainda que os ministros continuam com permissão para participar de campanhas eleitorais.
"Como já ocorreu no primeiro turno, a participação de membros do governo, nos limites que a ética impõe aos que formam parte de um governo que não utiliza a máquina administrativa nas eleições, dar-se-á em função das vinculações partidárias e opções políticas de cada um."
Preferências
Antes mesmo da divulgação oficial da opinião de FHC, seus ministros já estavam manifestando suas preferências eleitorais, principalmente na eleição paulistana.
Sérgio Motta (Comunicações) já havia afirmado que votaria em Erundina. Já Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) declarou seu apoio ao malufista Celso Pitta.
Perguntado se algum posicionamento de ministros poderia ser interpretado como a opinião de FHC, o porta-voz afirmou: "Ninguém fala em nome do presidente porque a posição dele está explícita na nota. O presidente não vai interferir no segundo turno".

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