São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996
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Celso Pitta ocupou 40,3% do espaço dedicado à eleição municipal na Folha

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE DOMINGO

O candidato do PPB à Prefeitura de São Paulo, Celso Pitta, ocupou 40,29% de todo espaço que a Folha dedicou às eleições municipais no período de 2 de agosto a 3 de outubro.
Pitta foi seguido por José Serra (PSDB), com 26,17%, Luiza Erundina (PT), com 22,02%, e Francisco Rossi (PDT), com 9,28%.
Os números fazem parte de um levantamento diário, encomendado pela Redação ao Datafolha, com o propósito de monitorar o noticiário do jornal referente às eleições.
Por intermédio dos relatórios, os responsáveis pela edição podem acompanhar não apenas a distribuição do espaço como saber se o conteúdo do que foi publicado é positivo, negativo ou neutro, do ponto de vista dos interesses eleitorais de cada candidato.
Para estabelecer o teor das reportagens, fotos e gráficos, a Redação promove reuniões com o Datafolha, nas quais são analisadas as edições diárias do jornal, procurando sempre encará-las do ângulo dos candidatos.
O relatório sobre a cobertura do primeiro turno mostra que 28,33% das reportagens, gráficos e fotos referentes a Pitta foram classificados como positivos. O material considerado negativo representou 35,74%, e o neutro, 35,93%.
Luiza Erundina teve 36,41% de espaço positivo, 22,52% de negativo e 41,07% de neutro.
José Serra ficou com 31,83% (positivo), 32,58% (negativo) e 35,58% (neutro).
Francisco Rossi teve 37,56% (positivo), 12,92% (negativo) e 49,52% (neutro).
O projeto editorial do jornal e o "Novo Manual da Redação" estabelecem que a Folha deve obedecer aos princípios de apartidarismo e pluralismo.
A situação estatística considerada ideal pela Folha seria dedicar aos candidatos espaço proporcional ao percentual obtido por cada um deles nas pesquisas de intenção de voto. Ou seja, um candidato com 40% das intenções deveria ter 40% do espaço referente à eleição.
Em relação aos teores positivo, negativo e neutro, a distribuição deveria ser equânime entre os candidatos.
Esse ideal quantitativo, no entanto, não é considerado pela Folha como critério absoluto.
Há diversos fatores que devem ser ponderados na avaliação da cobertura, como o interesse jornalístico e o tipo de destaque dado às reportagens, gráficos e fotos referentes aos candidatos.
Isso contribui para explicar, por exemplo, a desproporção entre o espaço negativo de Celso Pitta (35,74%) e o de Luiza Erundina (22,52%).
Tratando-se de um candidato com passado desconhecido, que assumiu a liderança nas pesquisas com uma campanha publicitária agressiva, o pepebista naturalmente foi objeto de maior atenção por parte do jornal.
Propostas polêmicas como o "Fura-Fila" e o Cingapura, assim como a avaliação da gestão do prefeito Paulo Maluf, tornaram-se temas de grande interesse público ao longo do primeiro turno.
O mesmo acompanhamento estatístico foi feito pelo Datafolha em relação às edições de "O Estado de S. Paulo" (veja arte). No período de 2 de agosto a 3 de outubro, a Folha dedicou 25,20% a mais de espaço para as eleições do que o jornal concorrente.

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