São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brasil e Argentina desistem de criar regime automotivo único

Governos preferem livre comércio a partir do ano 2000

DENISE CHRISPIM MARIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os governos da Argentina e do Brasil desistiram de criar um regime automotivo único para o Mercosul, que estava previsto no Tratado de Ouro Preto para vigorar a partir de 1º de janeiro de 2000.
A Folha apurou que ambos os governos preferem abolir as regras e incentivos que protegem as indústrias automotivas de cada país e implementar o livre comércio a partir do ano 2000.
A idéia foi discutida ontem, durante reunião de negociadores brasileiros e argentinos no Itamaraty, mas não foi anunciada oficialmente.
Deve ser debatida mais uma vez hoje, durante encontro do secretário de Indústria e Mineração da Argentina, Alieto Guadagni, com o ministro Francisco Dornelles (Indústria, Comércio e Turismo).
A Argentina adota regime automotivo desde 1991. Para dar condições semelhantes aos investidores, o Brasil criou o seu em junho de 1995. O texto do regime único seria escrito até o final de 1997.
A eliminação do regime automotivo comum depende da aprovação dos demais sócios do Mercosul, Paraguai e Uruguai.
O Brasil avalia que a decisão não deve afetar os investimentos estrangeiros. Até o ano 2000, os investidores poderão usufruir das isenções e outros benefícios do regime automotivo brasileiro.
Com o livre comércio, as políticas industriais do Brasil e da Argentina se adequariam mais às regras da Organização Mundial do Comércio e enfrentariam menor resistência de outros países.

Texto Anterior: France Télécom venderá 20% de suas ações em abril de 97
Próximo Texto: Geração de energia deve ficar mais barata
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.