São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996
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Teoria é bastante atual para o Brasil, diz Nóbrega

DA REPORTAGEM LOCAL

A teoria da assimetria da informação, desenvolvida pelos ganhadores do Prêmio Nobel de Economia, se enquadra em um contexto bastante atual para o Brasil, segundo o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega.
O estudo se baseia no fato de que existem grupos em uma sociedade que detém mais informações do que outros. A tese critica os modelos de equilíbrio da economia, que previam situações sem distorções nos mercados.
Com o conhecimento de dados privilegiados, esses grupos podem usar essas informações em medidas estratégicas, tendo maiores poderes para assumir riscos.
"O Brasil é um belíssimo caso de assimetria da informação", diz Nóbrega. Ele cita o exemplo do período de alta inflação, quando o sistema financeiro, que tinha maiores condições de especular sobre as taxas, obteve ganhos tomando recursos em fundos de curto prazo (overnight) e aplicando em papéis do Tesouro.
"A assimetria da informação é maior à medida em que a estabilidade da economia é menor", diz Maílson, ressaltando que ela existe também em mercados evoluídos.
Para Nóbrega, os líderes sindicais deveriam estudar esta teoria. A situação seria mais favorável se eles pudessem reduzir a assimetria da informação, afirma.
"Os trabalhadores saíram perdendo ao defender a indexação salarial e não a estabilidade de preços", afirma Nóbrega, acrescenta que o período de maior indexação foi o que registrou também maior queda da massa salarial.

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