São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996
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Tudo menos eles

THALES DE MENEZES

A piada é inevitável. Depois de confirmar o rebaixamento da Áustria na Davis, a Federação Internacional de Tênis resolveu compensar e também deu uma punição ao Brasil: enfrentar os EUA na primeira rodada do Grupo Mundial.
Falando sério, o sorteio não poderia ser mais ingrato. Enfrentar os EUA é quase certeza de derrota, o que levaria a equipe brasileira a passar, de novo, pelo sufoco da repescagem.
Mas ser uma caixinha de surpresas não é privilégio do futebol. Resta torcer para que os EUA menosprezem a disputa e venham com uma equipe fraca.
Porque os norte-americanos são assim. Num ano, dão pouca atenção à Davis, deixam de convocar seus melhores tenistas e acabam eliminados por um país mais fraco antes da final.
Aí, depois que a imprensa cai de pau nos dirigentes, os EUA disputam a Davis do ano seguinte com o "Dream Team" (Sampras, Agassi ou quem estiver no topo) e ganham o troféu com certa facilidade.
Como este foi mais um daqueles anos em que a equipe norte-americana caiu fora da disputa do título, o Brasil pode receber em fevereiro as melhores raquetes do mundo.
Pete Sampras, Michael Chang, Andre Agassi, Todd Martin... No papel, na teoria, não dá para encarar um confronto com tenistas desse quilate.
Nem todo o barulho da torcida vai fazer alguma diferença. Nenhuma dessas estrelas é cabeça quente como Muster.
Brasil sem chances? Também não é assim. Sempre pode surgir uma contusão que force o abandono de uma das estrelas. A Suécia superou os EUA há três anos porque Sampras abandonou uma partida contundido.
Pode ser que a Associação de Tênis dos EUA resolva mandar apenas um estrela, talvez Agassi, e complete a equipe com o segundo escalão (Jonathan Stark, Richey Reneberg).
Desse jeito, dá jogo. Se vier o "Dream Team", vira show.

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