São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996
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Mitnick é indiciado e pode pegar 200 anos de prisão

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Kevin Mitnick, 33, um dos mais famosos hackers dos Estados Unidos, está sendo indiciado sob a acusação de roubo de softwares.
Os hackers são os piratas eletrônicos, que invadem -via redes ou pela Internet- computadores alheios, surrupiando informações, alterando programas em benefício próprio ou simplesmente olhando o que houver para ver.
Os roubos de Mitnick, que já está na prisão por causa de outro processo, teriam sido praticados entre junho de 92 e fevereiro de 95.
Segundo a acusação, companhias como Novell, Sun Microsystems e Motorola tiveram prejuízo de milhões de dólares.
O indiciamento, em que Mitnick é acusado de entrar no sistema de companhias de software e atacar computadores de empresas que provêem acesso à Internet, imputa-lhe 25 infrações.
Quem é Mitnick
Por muitos anos, Mitnick criou programas que permitiram seu acesso aos sistemas dos computadores mais seguros. Sob o codinome Condor, enganou os investigadores por dois anos e meio.
Ele só foi detido em fevereiro de 95, depois que Tsutomu Shimomura, um expert em sistemas de segurança, entrou na caçada.
O hacker já aguarda julgamento por uma acusação de fraude em telefones celulares. Ele pode ser condenado a mais de 200 anos de prisão se for considerado culpado.
Um amigo de Mitnick, Lewis Depayne, de 36 anos, também foi processado.
Os dois foram indiciados sob as acusações de fraudes telefônicas, falsidade ideológica para conseguir acesso aos computadores de companhias para uso de clones de celulares, e de danos aos computadores da University of Southern California.
Problema crescente
As invasões de hackers em sistemas alheios cresceram muito nos últimos anos, proporcionalmente à expansão da Internet.
"Esse é um problema crescente e o Departamento de Justiça está disposto a realizar esforços enormes para combatê-lo", afirmou David Schindler, assistente da procuradoria dos Estados Unidos.
Em abril, Mitnick confessou a fraude com telefones e a violação da liberdade condicional que cumpria por uma antiga condenação.
As fraudes com os celulares ocorreram entre janeiro e fevereiro de 95 na Carolina do Norte.

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