São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996
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Dinheiro miúdo é moda na rede

MARINA MORAES
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE NOVA YORK

A moda agora é fazer comprinhas na Internet com moedas eletrônicas.
Nada muito caro: a idéia é trabalhar com os trocados e investir em barganhas virtuais -programas, pesquisas, gráficos e videogames que custem de US$ 0,25 a US$ 10.
O CiberCoin é o novo serviço lançado pela CyberCash, uma empresa de desenvolvimento de software especializada em projetos para aprimorar transações financeiras na Web.
Com um clicar do mouse, a compra é feita. A entrega é instantânea, com a mercadoria devidamente instalada no computador do cliente.
Considerado seguro e fácil de usar, o CiberCoin poderá ser em breve o melhor mercado para o comércio varejista eletrônico.
Na década passada, quando a informatização do mundo ainda engatinhava, os especialistas faziam previsões futuristas virtuais que falavam de robotização dos serviços domésticos, fim das agências bancárias e, vira e mexe, mencionavam o tal do dinheiro digital.
A história de substituir o dinheiro por números que circulariam pelas redes de computador e seriam usados como pagamento de compras on line ganhou espaço na imprensa, foi tema de palestras, assunto de reportagens das revistas especializadas. Mas não pegou.
Processo demorado
Mesmo quem aposta em um papel importante para o dinheiro virtual na sociedade sabe que o processo será demorado.
O público está acostumado a fazer suas compras pelo telefone ou on line usando o cartão de crédito. E os bancos, estudando diferentes estratégias na competição pela clientela digital, ainda não encontraram uma saída segura e eficiente.
O uso mais prático para o dinheiro digital talvez seja mesmo na comercialização de produtos mais baratos.
São transações tão pequenas que não justificam o custo do cartão de crédito ou de um cheque.
A consulta de uma página na rede, a compra de uma foto, uma partida de videogame, são, por exemplo, tão baratas que só valem a pena se forem pagas em um sistema como o do CiberCoin.
Para ter o serviço, é preciso instalar no computador um programa chamado de "Wallet", que seria equivalente a uma carteira eletrônica onde o usuário pode manter de US$ 20 a US$ 80.
Com essa carteira, o usuário pode fazer transferências de dinheiro, pagando contas mínimas -até US$ 0,25- ou recebendo dinheiro digital de clientes, se for você o empresário.
A movimentação na "carteira" é feita de forma simples e não envolve custos.
O cliente retira ou deposita dinheiro, optando por usar os fundos de sua conta bancária ou cartão de crédito.
E a segurança, ao que parece, é garantida, já que o dinheiro nunca sai do cofre, e a CyberCash ainda oferece um seguro para o caso de pane no computador ou roubo eletrônico.

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