São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Radicais e governo vencem as eleições parlamentares do Kuait

Islâmicos obtêm sua maior vitória eleitoral

WILSON SILVEIRA
ENVIADO ESPECIAL AO KUAIT

Radicais islâmicos venceram a segunda eleição pós-liberação do Kuait, realizada anteontem. Eles elegeram metade dos 50 membros da Assembléia Nacional, o Parlamento do país.
É a maior vitória dos fundamentalistas nas oito eleições realizadas desde 1961, quando o país deixou de ser protetorado britânico.
O segundo maior vencedor foi o governo, apoiado por 40% dos eleitos. As demais vagas foram ocupadas por candidatos independentes e liberais -estes últimos, os maiores perdedores.
Chamados socialistas, os liberais defendem ideais democráticos com mais ênfase que a lei muçulmana, embora também sejam muçulmanos. O islamismo é a religião oficial do país.
Nenhum problema foi registrado durante a contagem dos votos, que, neste ano, foi descentralizada. O processo é manual e terminou na madrugada de ontem.
O ex-presidente da Assembléia Nacional Ahmad Al Saadoun, de oposição, conseguiu se reeleger. Ele deve disputar a presidência da oitava legislatura com o ex-ministro das Finanças Jassim al Kharafi, também reeleito.
Al Saadoun disse que as mulheres devem conquistar o direito de votar nas próximas eleições, daqui a quatro anos.
A Constituição kuaitiana estabelece a igualdade dos cidadãos, mas a lei eleitoral exclui as mulheres. Apenas os kuaitianos maiores de 21 anos têm direito ao voto.
Esse critério exclui a maior parte da população (cerca de 1,6 milhão de pessoas, a maioria estrangeira).

O jornalista Wilson Silveira viaja a convite da embaixada do Kuait em Brasília.

Texto Anterior: Libanesa não chora cristais
Próximo Texto: Fumo dobra risco de tipo de cegueira, revela estudo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.