São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Participação de concorrentes no leilão da Vale será limitada

'Rivais' só poderão controlar até 45% do capital

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O modelo de privatização da Companhia Vale do Rio Doce, que deve ser publicado até a próxima segunda-feira, deve limitar as participações de concorrentes e clientes internacionais da empresa nas ofertas das suas ações.
Segundo José Pio Borges, vice-presidente e diretor de privatização do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), os concorrentes não poderão controlar em conjunto mais de 45% do capital da Vale.
Individualmente, o concorrente que tiver uma produção anual a partir de 30 milhões de toneladas de minério de ferro só poderá comprar 10% do capital da Vale.
O governo chegou a se inclinar pela decisão de impedir a participação dos grandes concorrentes.
O objetivo era evitar que os concorrentes, especialmente sul-africanos e australianos, passassem a dirigir a produção da Vale de acordo com os interesses da produção em seus países.
Prevaleceu o modelo da limitação, também usado para balizar as participações dos clientes da Vale.
Clientes
Ficou decidido que clientes pequenos e médios poderão, em tese, comprar individualmente até 45% do capital da empresa.
Mas aqueles que compram mais de 8,5 milhões de toneladas anuais de minério de ferro só poderão deter 10% do capital da Vale.
Nesse caso, o objetivo é evitar que o preço do minério produzido pela Vale seja definido de acordo com os interesses dos clientes.
Pio Borges disse que, se participantes de um desses setores utilizarem "laranjas" (compradores de fachada) para adquirir participações acima dos limites permitidos, serão aplicadas "sanções pesadas". Ele não especificou quais serão as sanções.
Mercado asiático
Pio Borges, que chegou segunda-feira da reunião anual do FMI (Fundo Monetário Internacional), em Washington, contou que investidores japoneses lhe disseram que o mercado asiático deverá absorver 25% da oferta pública internacional de ações da Vale que será feita após o leilão de privatização.
A oferta a ser feita após o leilão deve absorver cerca de 30% do capital da Vale. No leilão, previsto para fevereiro de 97, serão vendidas 45% das ações da estatal.

Texto Anterior: Banco Central quer reduzir o número de bancos
Próximo Texto: SP quer leiloar energéticas até março de 97
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.