São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 1996
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Casos assim são raros, dizem cirurgiões

DA REPORTAGEM LOCAL

Cirurgiões plásticos ouvidos pela Folha afirmam ser raros os casos de complicações em lipoaspirações, como ocorreu com Cláudia Liz anteontem, na clínica Santé, em São Paulo.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Farid Hakme, 55, são realizadas cerca de 30 mil lipoaspirações por ano no Brasil.
Hakme (pronuncia-se ráquimi) diz que, entre os cirurgiões plásticos filiados à entidade, "não há registros de casos graves".
O médico afirma ainda que, de acordo com as estatísticas da entidade, apenas 4% das mulheres que se submetem a lipoaspirações se dizem "insatisfeitas" com os seus resultados.
Acidente
Segundo o cirurgião plástico Herbert Gauss, o que aconteceu com Claúdia pode ser classificado como "acidente".
"E acidentes podem acontecer até nas mãos dos médicos mais experientes", afirma.
Ele diz ser "impossível avaliar agora as consequências da hipoxia na atriz.
O cirurgião plástico Fulgêncio Costa Ramos, 42, que afirmou já ter feito cerca de mil lipoaspirações, disse que casos como o de Cláudia são muito raros e impossíveis de prever.
O médico listou algumas possibilidades que permitiriam a ocorrência de acidentes nesse tipo de cirurgia.
Uma delas seria a inexperiência do médico e a possível falta de exames mais detalhados sobre as condições de saúde da paciente.
Outra possibilidade seria um choque provocado pela anestesia -hipótese cogitada no caso da modelo e atriz.
"Não existem testes para saber se a anestesia vai causar esse tipo de problema", diz Costa Ramos.
Por fim, haveria a chance de a paciente já ter um problema crônico (um aneurisma, por exemplo), agravado durante a cirurgia.
Números de cirurgias
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), entidade vinculada à ONU (Organização das Nações Unidas), já foram realizados cerca de 70 milhões de cirurgias de lipoaspiração no mundo.
Não há estatísticas mundiais sobre a porcentagem de cirurgias em que ocorrem problemas ou levam as pacientes à morte.
Para Hakme, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, casos como o de Cláudia Liz são "extremamente negativos" para as clínicas, pois "assustam clientes".

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