São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 1996 |
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Vacina de Campinas estava contaminada
CRISTINA RIGITANO
Fabricada pelo Bio-Manguinhos, a vacina foi aplicada, em 16 de abril, em Campinas (99 km de SP), e causou febre e dores no corpo dos pacientes. Morel garantiu que o teste biológico -em cobaias-, exigido pela OMS para checar o nível de pirogênio, foi feito no laboratório Bio-Manguinhos e no INCQS (Instituto Nacional de Controle e Qualidade em Saúde), antes de a vacina ser posta no mercado. Essa análise teria mostrado, segundo ele, que o nível da toxina estava um pouco elevado, mas compatível com os padrões da OMS. Segundo Morel, o teste exigido pela OMS é insuficiente para constatar o excesso da toxina. Ele afirmou também que o teste não estabelece o nível máximo de pirogênio suportável no organismo. "O teste do pirogênio era considerado confiável, mas mostrou que não é suficiente. Essas normas são velhas e precisam ser atualizadas pela OMS. Passaremos a fazer testes bioquímicos também." "Durante 20 anos, o teste do pirogênio não deu problema. Por isso, só fazíamos essa análise", disse. Vítimas A vítima mais grave em Campinas foi Aline Monte, 3, internada com dor no local da vacina, convulsão e parada respiratória. No dia seguinte, o Ministério da Saúde determinou que fossem feitas novas análises dos lotes na Fiocruz, no INCQS e em outras instituições, como o instituto francês Pasteur-Mérieux e a FDA (Food and Drug Administration), dos Estados Unidos. Para analisar os lotes, foi criada uma comissão formada por cientistas brasileiros e apoiada por três especialistas estrangeiros: o alemão Michael Schuwaning, o francês Renaud de Richter e o americano José Luis di Fabio. O relatório, apontando excesso de pirogênio, foi mandado ao ministro da Saúde, Adib Jatene, há 20 dias. Texto Anterior: Mulher tinha rolo de gaze na barriga Próximo Texto: Especialistas discutem em SP as 'doenças do trabalho' Índice |
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