São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 1996
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Kandir acena com juros até 20% menores em 97

Taxa cairá se inflação for de um dígito, afirma ministro

BETINA BERNARDES
DE PARIS

O ministro do Planejamento, Antônio Kandir, disse ontem em Fontainebleau, na França, que a tendência é que haja no ano que vem uma redução de 16% a 20% em termos nominais nos juros.
"Se a inflação no ano que vem for de um dígito e ficar entre 6% e 8%, como os prognósticos dos próprios estudiosos da Fipe levam a crer, e as taxas de juros reais ficarem entre 10% e 12%, a tendência é de uma redução de 16% a 20% nas taxas de juros nominais, o que representa um terço do que era praticado em 95", afirmou.
Kandir participou ontem de um seminário no Insead (Instituto Europeu de Administração). O ministro deu uma conferência cujo tema era "Por Que Investir no Brasil: Oportunidades e Riscos"
"A dívida brasileira, em relação ao PIB (Produto Interno Bruto), é baixa. A perspectiva que se abre é de redução na taxa de juros e ampliação dos prazos na dívida, e isso nos permite entrar no grande jogo do crescimento", afirmou.
À platéia, formada por executivos europeus e brasileiros, Kandir disse que o quadro econômico brasileiro "é excepcional", com inflação caindo, atividades subindo e contração do déficit público.
Segundo Kandir, de 47 a 80 o país cresceu 7% ao ano, "e não foi um período de estabilidade monetária e política das mais robustas".
"Estou convencido de que, se aprovada a reeleição, é provável que haja reformas constitucionais que aumentem a poupança interna, o que conduzirá a aumentos da poupança externa que nos levarão a um crescimento acima de 5%", considerou o ministro.
Kandir disse, ainda, não acreditar, seja qual for o quadro político, que possa haver um cenário de descontrole inflacionário e que a economia não cresça.
"Não endossaria a tese de que, se não tivermos reformas constitucionais ou reeleição, poderemos ter um retrocesso econômico. O que acho é que, se não houver as reformas, nós não vamos ter um progresso econômico excepcional como poderíamos."
O ministro mostrou à platéia números sobre avanços nas privatizações nos setores de portos, ferrovias, rodovias e elétrico. Disse que a Vale do Rio Doce deve ir a leilão no primeiro trimestre de 97.

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