São Paulo, sábado, 12 de outubro de 1996 |
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Lesão pode afetar visão de Cláudia Liz
FABIO SCHIVARTCHE
Exames feitos ontem mostraram que houve lesão na região occipital, na parte de trás de seu cérebro, responsável principalmente pela visão. O neurocirurgião Jorge Roberto Pagura, chefe da equipe do hospital Albert Einstein que trata de Cláudia, disse ontem que "é difícil" um paciente com seu quadro não apresentar sequelas de caráter visual. Ele ressaltou, porém, que "teoricamente" a modelo pode até manter a visão ilesa. Segundo a equipe, ainda é cedo para avaliar a extensão do dano sofrido. Cláudia foi internada na UTI do Albert Einstein na noite de terça-feira, após entrar em coma quando era preparada para uma lipoaspiração, em clínica particular. Ontem à tarde, ela foi submetida a uma ressonância magnética com espectroscopia -mapeamento do cérebro que fornece informações químicas dos tecidos. O exame durou duas horas e meia e não detectou lesão anatômica na região parietal, responsável, entre outras funções, pela motricidade. Isso significa que são poucas as chances de ela apresentar problemas de locomoção. Mas a espectroscopia revelou que há lesão na região occipital de seu cérebro, onde houve uma queda na quantidade de uma substância metabólica conhecida como NAA e um aumento do nível de lactato (ácido lático). Como as células da região occipital necessitam de uma grande quantidade de oxigênio, elas foram as mais prejudicadas quando a modelo sofreu parada cardiorrespiratória, segundo Pagura. Segundo o médico, a modelo passou por hipoxia (falta de oxigenação no cérebro). Em cinco ou seis dias os médicos farão nova espectroscopia para avaliar se houve alguma alteração no quadro clínico. Segundo Pagura, em 15 dias a equipe médica fará outros exames e poderá afirmar com mais precisão o grau de comprometimento da região afetada. "Para confirmar com certeza se haverá sequelas, só daqui a seis meses", afirmou o neurocirurgião. Febre Na madrugada de ontem, Cláudia teve febre de 38°, motivada por problema pulmonar, mas que não comprometeu seu estado geral de saúde. Segundo a equipe, a febre foi controlada com antibióticos. "Estamos animados com a evolução dela e amanhã (hoje) vamos parar com a sedação para testar sua percepção ao meio ambiente. Queremos avaliar o seu despertar", afirmou. Cláudia continua em "coma leve" e respirando por aparelhos. Segundo Pagura, a atriz ainda não está fora de perigo. Próximo Texto: Anestesia é mais seguro que atravessar rua, diz médico Índice |
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