São Paulo, sábado, 12 de outubro de 1996
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Maioria dos travestis tem HIV em SP, diz pesquisa

LÉO GERCHMANN
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Mais da metade dos travestis em São Paulo estão contaminados pelo vírus HIV, transmissor da Aids, segundo apurou uma pesquisa do enfermeiro João Luiz Grandi, 37.
Ele analisou o sangue de 233 travestis e verificou que 51,5% deles era portador do vírus.
Essa conclusão está em sua tese de mestrado "Infecção pelo HIV e Sífilis: Estudo Comparativo entre a Prostituição Viril e Travestida na Cidade de São Paulo", defendida na Universidade de São Paulo.
Grandi recebeu nota 10 com louvor pelo trabalho, que se iniciou em 1992 e foi concluído e defendido em agosto deste ano, abrangendo toda a capital paulista. O pesquisador teve a orientação do epidemiologista Samuel Goihman.
Os resultados da pesquisa foram divulgados no 6º Congresso Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, que acontece em Porto Alegre (RS).
A pesquisa também analisou o sangue de 67 michês -homens que se prostituem.
O percentual de michês infectados pelo HIV é menor, 31,3% do total.
"Isso se deve ao fato de os michês fazerem programas com pessoas assumidas como homossexuais e, por isso, acostumadas a ter certos cuidados, como o de usar preservativo", disse Grandi.

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