São Paulo, segunda-feira, 14 de outubro de 1996
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Keanu rejeita a fama e vive na estrada

THALES DE MENEZES
DA REPORTAGEM LOCAL

Keanu Reeves acha que recebe muito mais dinheiro do que deveria. Ganha US$ 6 milhões por filme e já recusou até US$ 10 milhões para fazer a continuação de "Velocidade Máxima" (Speed), seu maior sucesso. "O roteiro que me mostraram era uma bosta", explica.
Reeves fala que acha a fama aborrecida ("As pessoas ficam o tempo todo junto de mim e nem sei os nomes delas") e revela que já pensou várias vezes em parar ("Já estou rico").
O astro, que está em cartaz nos cinemas brasileiros com "Reação em Cadeia" ("Chain Reaction"), falou por telefone, de Los Angeles, exclusivo para a Folha.
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Folha - Você tem 31 anos e já ganhou mais de US$ 25 milhões. É verdade que não tem uma casa?
Keanu Reeves - Yeah, sou um guerreiro das estradas (risos). Meu agente me arranjou uma casa em Los Angeles, mas é só um lugar para deixar as coisas. Uma amiga me empresta seu apartamento quando fico em Nova York. Eu gosto mesmo é de viver em hotéis.
Folha - Sua vida é restrita a sets de filmagem, hotéis e aviões?
Reeves - Odeio voar. Se eu posso, troco avião por moto. Já percorri vários Estados de moto.
Folha - Você teve um acidente sério no começo deste ano, não?
Reeves - Um monte de acidentes, cara. Tenho umas 18 cicatrizes, todas por ter caído de moto.
Folha - Alguma é especial?
Reeves - Tenho uma enorme na barriga, que tenho de esconder com maquiagem nos filmes. E tenho uma na virilha. Se fosse poucas polegadas para cima, iria mudar radicalmente a minha vida.
Folha - "Reação em Cadeia" está passando agora no Brasil. Você gosta do resultado final do filme?
Reeves - Adoro! Acho que é um thriller inteligente, cheio de bons personagens. Trabalhar com Morgan Freeman é demais, ele é deus!
Folha - Você mesmo pilota a moto na cena da explosão do laboratório?
Reeves - Eu queria, mas os advogados não deixaram. Sabe, se acontece algo comigo, o filme não sai. Não posso me arriscar.
Folha - Mas você pulou de pára-quedas quando participou do filme "Caçadores de Emoção".
Reeves - Porque foi a última cena a ser rodada. Se eu morresse na queda, o filme saía do mesmo jeito. Em "Reação em Cadeia" era inviável deixar a cena para o fim.
Folha - Fale das atrizes de seus filmes.
Reeves - Tive sorte. Trabalhei com mulheres fantásticas. Emma Thompson, Glenn Close, Winona Ryder... Sandra Bullock vai ser a maior atriz dos próximos anos. Em "Feeling Minnesota" (inédito no Brasil), trabalhei com Cameron Diaz. É uma lady. E tem lábios tão bonitos que deveriam ser ilegais.

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