São Paulo, terça-feira, 15 de outubro de 1996 |
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Padre depõe sobre união gay na Câmara Sacerdote foi autorizado pela CNBB RICARDO AMORIM
O padre Leonard Martin, 46, dará seu depoimento hoje, às 14h30, no plenário da comissão especial da Câmara que analisa a proposta da deputada Marta Suplicy (PT-SP). Professor de moral sexual e teologia matrimonial, o religioso disse à Folha que não pretende se posicionar em relação à união de homossexuais. "Vou apresentar subsídios para que os deputados possam decidir sobre o assunto", afirmou. Martin, diretor do Instituto Teológico-Pastoral do Ceará, disse que vai apresentar argumentos contrários e favoráveis ao projeto, baseados na "tradição cristã". A proposta em exame pela Câmara prevê o reconhecimento de direitos civis para pessoas do mesmo sexo que vivam juntas. A posição oficial da igreja é contrária à idéia. Para a deputada Marta Suplicy, isso não será problema durante o depoimento. "O mais importante serão suas colocações a respeito dos direitos humanos. A posição da igreja todos conhecem", disse a deputada. O padre afirmou ontem que os homossexuais não devem ser discriminados. "O importante é tratá-los como pessoas", disse. Para o presidente do grupo gay de Brasília "EstruturAção", Marcos Vinícius, 28, o depoimento será "uma bomba". Ele acredita que o religioso vá se manifestar a favor do projeto. Religiosos Os principais opositores do projeto na comissão baseiam seus argumentos em princípios bíblicos. Para Marta Suplicy, a ida do padre Martin não vai dar mais força aos argumentos da chamada "bancada religiosa". "Suas idéias (as da bancada) não se sustentam. Eles não têm como manter um debate de alto nível", disse. O projeto deve ser votado -e aprovado, segundo levantamento feito pela Folha- pela comissão após o segundo turno das eleições municipais, que acontece em 15 de novembro. Texto Anterior: Devemos temer os jornalistas Próximo Texto: Brasil e Colômbia negociam acordo de combate ao tráfico Índice |
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