São Paulo, terça-feira, 15 de outubro de 1996
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Indústria do interior pede renegociação

Juros são objeto de queixa

CLÁUDIA PIRES
DA REPORTAGEM LOCAL

Representantes das associações comerciais e industriais de várias regiões do interior de São Paulo, vão encaminhar ao governo federal um pedido para a renegociação de dívidas de comerciantes e produtores com os bancos.
O pedido foi discutido ontem durante reunião na Associação Comercial do Estado de São Paulo. Durante o encontro, representantes das regiões próximas a Presidente Prudente discutiram as taxas de juros cobradas pelos bancos e as dificuldade dos produtores em renegociar novos financiamentos.
O presidente da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), Elvio Aliprandi, deve discutir essas reivindicações com o ministro Pedro Malan (Fazenda) até o final de outubro.
Entre os principais pedidos, estão a redução das taxas de juros anuais e o prolongamento dos prazos de financiamento.
"Estamos pedindo taxas de 12% mais TJLP para todos os financiamentos. Os prazos também têm que ser mais longos, chegando a dez anos, como os que existem no México", afirma Aliprandi.
Outros pedidos são a redução das multas e o retorno gradativo no pagamento dos tributos.
"Antes da explosão inflacionária, pagávamos o IPI em até 120 dias. Hoje, o pagamento tem que ser feito em dez dias", diz o presidente da Facesp.
Pecuária
Os pecuaristas do interior do Estado também querem renegociar taxas. No caso desse setor, o pedido é para a diminuição de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), questão que deverá ser discutida em um encontro do setor com o governador de São Paulo, Mário Covas, também até o final do mês.
"Registramos o fechamento de dois frigoríficos. Mais cinco estão passando por dificuldades", afirma Maurício Antônio Sgorlon, vice-presidente da Facesp.
Inadimplência
Outro problema, segundo os representantes, é a alta da inadimplência, causada pelo aumento do número de desempregados.
Em Presidente Prudente, o principal problema é o aumento do desemprego, que está 15% maior em relação ao mesmo período de 95. Segundo Ricardo Anderson Ribeiro, presidente da Associação Comercial e Industrial da região, isso significa 8.000 desempregados.
Na sexta-feira, os representantes de todas as associações se encontram com Aliprandi na cidade de Votuporanga, para reunir os dados que serão entregues aos governos federal e estaduais.

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