São Paulo, domingo, 20 de outubro de 1996
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Ibirapuera, 2.100 obras de arte

CASSIANO ELEK MACHADO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Até o fim da 23ª Bienal Internacional de São Paulo, o mais movimentado parque da cidade atende pelo nome de "Ibirapuera das Artes".
Ocupa a área um batalhão de cerca de 2.100 obras de arte, de 252 artistas -do espanhol Francisco de Goya (1746-1828) à paulista Isadora Zero, 22-, divididas em quatro mostras: Bienal, "Antarctica Artes com a Folha", "Quinze Artistas Brasileiros" e "Pluralidade", além de 23 peças fincadas em caráter permanente no Jardim das Esculturas.
Esse universo artístico conquistou 40,2 mil metros quadrados do parque, equivalentes a quatro hectares ou mais de cinco campos de futebol (7.140 metros quadrados cada).
O conjunto é variado, composto por pinturas, desenhos, gravuras, esculturas, performances e muitas instalações, marca registrada da arte contemporânea.
Yukinori Yanagi, por exemplo, mostra na Bienal, fortaleza de artistas de 75 países e 1.800 obras, trabalho em que formigas caminham sobre bandeiras de diversas nações.
Em tempos de desmaterialização da obra de arte, tema da mostra mais importante da América Latina, também há espaço para trabalhos com moscas mortas e arame farpado (do dinamarquês Christian Lemmerz), centenas de tênis velhos (do amazonense Roberto Evangelista) e para os marechais da arte Picasso, Munch, Klee e Warhol.
À elite dos jovens artistas brasileiros coube a guarda dos 6.000 m2 do pavilhão Padre Manoel da Nóbrega.
Lá fica o "Antarctica Artes com a Folha", projeto de US$ 1 milhão que foi buscar a produção de 62 artistas em visitas a 1.300 ateliês do país.
Hoje e em todos os domingos até 17 de novembro, o pavilhão recebe performances do artista Cabelo, às 15h, em atuação que mistura aquário, cordas e cadeiras.
Uma hora antes, Laura Lima convida a filha a pular corda sobre um tanque cheio de líquido vermelho.
Com menos obras (74), mas duas exposições, o MAM (Museu de Arte Moderna) concentra produções dos mais gabaritados artistas dos anos 80 e 90.
Em contraposição à overdose de arte contemporânea, "Quinze Artistas Brasileiros", entre eles os "veteranos" Luiz Hermano, Jac Leirner e Leda Catunda, mostram, na sala principal, obras que procuram ser "agradáveis ao público", segundo o museu.
Na sala ao lado, "Pluralidade" reúne trabalhos com estética semelhante. Destaque para Nuno Ramos e Regina Silveira.
No jardim em frente ao museu, 23 esculturas prometem manter suas posições, mesmo depois da retirada da Bienal, marcada para o dia 8 de dezembro.
(CEM)

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