São Paulo, segunda-feira, 21 de outubro de 1996
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Tucanos liberam militantes, mas vão punir voto declarado

Petistas se dizem surpresos com a decisão tomada pelo PSDB

FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

O diretório do PSDB em Santos (SP) decidiu no fim-de-semana liberar o voto de seus militantes e filiados, deixando em aberto o apoio a Telma de Souza (PT) ou a Beto Mansur (PPB) no segundo turno da eleição.
Em reunião na noite de anteontem, foi aprovada também uma resolução interna que proíbe os 4.500 filiados do partido de fazerem campanha para qualquer um dos candidatos ou, até mesmo, de declararem o voto, sob pena de serem expulsos.
O candidato do PSDB à prefeitura, Edmur Mesquita, foi o terceiro colocado no primeiro turno, tendo conseguido 41.600 votos, equivalentes a 17% dos válidos.
Devido a essa ligação de Mesquita com o PT, esperava-se o apoio tucano à candidata Telma de Souza no segundo turno.
"A decisão individual dos filiados tem de ser respeitada, mas não pode desautorizar o pensamento do partido como um todo", afirmou José Carlos Quaresma, presidente do diretório.
A decisão dos tucanos frustrou a expectativa dos petistas, que esperavam uma adesão formal. Mesquita foi secretário de Cultura do prefeito David Capistrano (PT), que esteve, durante todo o seu mandato, em conflito com Telma de Souza.
"Sem dúvida, a divisão do PT pesou em nossa decisão. O PT do Capistrano, que nós apoiamos, não é o mesmo da Telma", afirmou Quaresma.
Surpresa O candidato a vice-prefeito na chapa petista, Fábio Barbosa, se disse surpreso com a atitude do PSDB.
"O eleitorado do PSDB virá naturalmente para nossa candidatura, porque possui um forte sentimento antimalufista", afirmou.
Já o candidato do PPB, Beto Mansur, prevê que os votos tucanos serão divididos ao meio. "Tenho bom relacionamento com o PSDB e pretendo inclusive contar com a colaboração dos tucanos em um futuro governo", disse.

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