São Paulo, segunda-feira, 21 de outubro de 1996
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Índios fazem pelo menos 20 reféns no MA

IRINEU MACHADO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

Os índios guajajaras que sequestraram passageiros de ônibus na última quinta-feira mantêm pelo menos 20 pessoas como reféns na aldeia do Coquinho, em Grajaú (558 km ao sul de São Luís, no Maranhão).
A informação foi divulgada pela empresa de transporte interurbano Expresso Continental, proprietária do ônibus.
Além de sequestrarem os passageiros, os índios bloquearam a rodovia BR-226 com troncos de árvore. Eles reivindicam obras de pavimentação na estrada, que liga Teresina (PI) a Porto Franco (oeste do Maranhão).
A estrada passa pela área indígena onde está a aldeia do Coquinho. Os índios vendem peças de artesanato na beira da rodovia, entre os municípios de Grajaú e Barra do Corda.
A equipe de quatro funcionários da Funai (Fundação Nacional do Índio), enviada ao local na manhã de sexta-feira para negociar com os índios, não havia retornado até as 17h de ontem. Desde sábado, ninguém atende o telefone do posto da Funai em Barra do Corda.
Segundo a Expresso Continental, os índios ainda não aceitam libertar os reféns e ameaçam bloquear outros trechos da rodovia a partir de hoje.
Dois gerentes da empresa que estavam entre os passageiros do ônibus e que chegaram a ser detidos pelos índios fugiram da aldeia e devem voltar a trabalhar hoje.
Jair Manoel Pessoa e Francisco de Pádua Brandão, os gerentes, não foram localizados ontem.
O funcionário da empresa Expresso Continental Rubens Silva Costa, 20, do município de Presidente Dutra (246 km de Grajaú), disse que até o início da tarde de ontem o ônibus e os passageiros não haviam sido libertados.
Segundo Costa, os dois gerentes que fugiram lhe contaram que há entre os passageiros do ônibus crianças e uma mulher de 83 anos.
Moradores de Grajaú programaram para hoje uma manifestação pela recuperação da estrada.

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