São Paulo, segunda-feira, 21 de outubro de 1996 |
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Chuva não atrapalha show de João Gilberto Cantor fez sua estréia em Porto Alegre LÉO GERCHMANN
Era proibido qualquer barulho que atrapalhasse o show. Sequer as pessoas poderiam circular pelo auditório. Muito menos fumar. Ninguém falou, fumou ou caminhou. Todas as imposições do músico foram acatadas. O respeito do público foi recopensado por duas horas de show, no qual João Gilberto tocou 31 músicas, calmo, de terno e gravata pretos e camisa branca. O artista encerraria a apresentação na 20ª música, às 23h25, quando se levantou do banquinho, pegou o violão e caminhou em direção ao camarim. O público aplaudia. Ainda no palco, João Gilberto parou, olhou para a platéia e retornou ao banquinho. Tocou mais 11 músicas, até as 24h05. Quando eram 23h50, João Gilberto abriu um sorriso e perguntou: "Temos muito tempo pela frente, se eu errar não tem problema, né?". Sentindo a receptividade do artista, o público passou a pedir músicas, e ele a tocá-las. Depois, João Gilberto despediu-se da platéia com um gesto dos mais simpáticos. Depois de flexionar o corpo em agradecimento, colocou a mão direita sobre o peito e mandou um beijo. O espetáculo, que custou R$ 50 mil para a prefeitura de Porto Alegre, serviu como o teste de fogo do Araújo Vianna, outrora um espaço cultural a céu aberto. Hoje é um espaço amplo e arejado, com uma acústica impecável, que, coberto com uma lona branca, foi reinaugurado duas semanas atrás. A chuva que caía era, a princípio um motivo para João Gilberto não se apresentar. Não só ele cantou, como o público experimentou a oportunidade inédita de não se molhar no Araújo Vianna em noite chuvosa. Texto Anterior: Kirov traz nova geração de bailarinos Próximo Texto: João Câmara inaugura sua homepage Índice |
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