São Paulo, segunda-feira, 21 de outubro de 1996 |
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RESPOSTA AO DESEMPREGO O estudo do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) e do Ministério do Trabalho para a criação de um "Sistema Público de Emprego", bem como a ampliação dos financiamentos para pequenas empresas e pessoas físicas que tencionem empreender atividades produtivas, são respostas do governo ao desemprego. Trata-se de medidas positivas, mas de alcance limitado. O "Sistema Público de Emprego" visaria a agilizar o contato entre os que almejam uma vaga e as empresas que procuram funcionários; contribuiria para treinar trabalhadores de modo a ajustar sua qualificação às necessidades do sistema produtivo. A idéia de oferecer empréstimos de pequeno valor a juros mais baixos, que permitam aos desempregados iniciar atividade por conta própria ou viabilizem a agricultura familiar, também é conceitualmente acertada. Em ambos os casos, o problema está na dimensão das iniciativas em face dos determinantes maiores do desemprego. Está claro, por exemplo, que o câmbio valorizado e os juros elevados põem a indústria e a agricultura em situação bastante desfavorável ante à produção importada. Passado o "boom" de crescimento que durou do início do Plano Real ao primeiro trimestre de 95, nos últimos 17 meses somente a indústria paulista fechou 370,9 mil vagas. E, à medida que a variação nos preços dos serviços converge para a taxa de inflação geral, mesmo esse setor deixa de criar novas oportunidades. Nesse quadro, mantidas intocadas as diretrizes macroeconômicas, o "pacote contra o desemprego", apesar de positivo, parece ser apenas uma resposta à opinião pública. As novas linhas de financiamento somam R$ 640 milhões. Como base de comparação, note-se que só o BNDES já oferecia créditos de R$ 11,3 bilhões. Agilizar o trânsito de informações tende a reduzir o tempo durante o qual as empresas mantêm vagas ociosas, mas não criará novos postos. As medidas do governo são paliativos válidos. Mas é temerário supor que conseguirão efetivamente reverter o quadro de desemprego. Próximo Texto: DESARMAMENTO Índice |
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