São Paulo, segunda-feira, 21 de outubro de 1996
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Gauguin viveu últimos dias na Polinésia

SILVIO CIOFFI
DA REDAÇÃO

Paul Gauguin (1848-1903) não foi o único europeu ilustre a passar seus últimos dias na Polinésia.
Além do pintor francês, cuja mãe descendia de um vice-rei peruano, o escritor escocês Robert Louis Stevenson e até mesmo o navegador inglês James Cook foram estrangeiros que encontraram a morte -de modo alegre ou trágico- nos mares do Sul.
Nascido em Paris, Gauguin começou sua carreira como um pintor de fim-de-semana que, para sustentar a família, trabalhava numa agência de câmbio.
Aos 35 anos, depois de um estouro na Bolsa de Valores, Gauguin deixou a mulher e cinco filhos para "pintar todos os dias".
Amigo de Cézanne e Pissaro, Gauguin já havia mostrado sua pintura em mostra impressionista e trabalhado com Van Gogh.
Mas a reviravolta definitiva na sua vida aconteceu entre 1891 e 1893, quando o pintor partiu para o Taiti, estabeleceu um "Ateliê dos Trópicos" e rompeu com o impressionismo, passando a usar cores intensas e formas primitivas -num estilo dito pós-impressionista ou simbolista.
Foi lá que descobriu sua musa, Teha'amana, uma das taitianas com quem teve filhos bastardos.
Em 1895, depois de retorno à França, fugiu novamente dos tons cinzentos da Europa, onde não conseguiu mais se adaptar, para o Taiti, e lá viveu até 1901.
Nesse arquipélago vulcânico, de 1.042 km2, o mestre selvagem da cor pintou suas obras-primas.
Outra vez foi a Paris e, de volta ao Taiti, achou sua casa destruída. Implicado em rixas políticas, mudou-se para as ilhas Marquesas.
Lá o pintor viveu até 1903. Eugène-Henri-Paul-Gauguin morreu pobre, doente e incompreendido pela crítica, vitimado por um infarto, aos 55 anos.

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