São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 1996
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Brasil Real quer 'país em movimento'

Petrobrás e Presidência da República preparam nova campanha

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Com o título Brasil Real, segundo o publicitário Rodrigo Sá Menezes, começa daqui a quatro semanas o novo projeto de comunicação da Petrobrás, vinculado à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
A campanha será realizada, entre outras, pela agência de Rodrigo Sá Menezes, a Propeg. Serão apresentados na televisão, depois do segundo turno da eleição municipal, pequenos documentários semanais "para mostrar que o país está em movimento".
A descrição é do subsecretário de Planejamento da Secretaria de Comunicação Social, o publicitário Sérgio Reis. Ele foi o criador da campanha "Gente que Faz" do banco Bamerindus, "inspiradora" do Brasil Real.
O projeto na Petrobrás e o esforço de "mostrar que o país está andando" fazem parte de um projeto maior de comunicação do governo FHC, cujo "eixo" é a frase Brasil em Ação, segundo Reis.
O slogan "por um país mais justo", apresentado duas semanas atrás às agências que trabalham com contas do governo, para unificar as diversas mensagens de estatais e da administração direta, teria sido descartado.
Reis participou ontem, com o secretário de Comunicação Social, Sergio Amaral, de nova reunião com as agências de publicidade, em São Paulo. Segundo ele, foi um encontro de "operação", para a área "atuar melhor".
O projeto Brasil Real coincide com a votação, no Congresso, da emenda que permite a reeleição do presidente da República.
O deputado federal Luciano Zicca, vice-líder da bancada do PT, disse ontem que, em função da coincidência, a comissão de Defesa do Consumidor e do Meio Ambiente aceitou sugestão dele para convocar o ministro das Minas e Energia, Raimundo Brito.
A data do depoimento deve ser marcada para a próxima semana. Também está sendo solicitada pela comissão, que é presidida pelo PT, a presença do presidente da Petrobrás, Joel Rennó.
A assessoria do ministro, segundo o deputado petista, chegou a sugerir que fosse convocado o secretário Sergio Amaral em seu lugar, o que não foi aceito.
Zicca diz que, qualquer que seja o resultado do depoimento ou das informações requeridas à Petrobrás, ele deve entrar com uma ação para barrar a campanha.
Além da publicidade, o deputado vem pedindo esclarecimentos sobre uma pesquisa feita há dois meses, por agência ligada à Petrobrás, sobre as chances eleitorais do presidente Fernando Henrique Cardoso em 98.

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