São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 1996 |
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Tiririca é interrogado e diz que se inspirou na própria mulher Cantor é acusado de racismo devido a letra de música RONI LIMA
Tiririca, o diretor-presidente da Sony Music do Brasil, Roberto Augusto, e o diretor de marketing da companhia, Luiz André Calainho, estão sendo processados sob acusação de prática do crime de racismo. Os três foram interrogados ontem pelo juiz da 23ª Vara Criminal do Rio, Valmir de Oliveira Silva. Tiririca afirmou que fez a música para sua mulher de improviso, em um show em Fortaleza. Ela estaria dançando perto dele. Na letra, o músico fala de uma "nega" cujos cabelos parecem "bombril de arear panela" e que "fede de lascar". Essa "nega" é chamada também de "bicha fedorenta" que "fede mais que um gambá". Segundo o advogado George Tavares, o músico contou ao juiz "a verdade". Tavares disse que Tiririca chama a mulher de "nega" e que, nesse show, Rogéria Márcia estava suada. "Ela estava fedendo mesmo", disse o advogado. A saída de Tiririca do fórum foi tumultuada. Pessoas que passavam cercaram o artista, para tentar abraçá-lo. O advogado da Sony, Evaristo de Moraes Filho, disse não ter havido qualquer intenção discriminatória por parte de Tiririca e que os dois diretores da Sony receberam "o produto feito". "Eles mal ouviram a música", disse. Pela suposta prática de racismo, os três réus estão sujeitos a penas de dois a cinco anos de prisão. Eles terão que voltar ao fórum em 28 de novembro, quando o juiz interrogará as testemunhas de acusação. Texto Anterior: TJ do Rio inaugura sua home page na Internet Próximo Texto: Vigilância sanitária, proposta urgente Índice |
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