São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 1996
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Anistia pede rigor na apuração

LUCIA MARTINS
DE LONDRES E DA REPORTAGEM LOCAL

A Anistia Internacional enviou ontem um documento à Polícia Federal pedindo que ela entre na investigação da morte do advogado Gilson Nogueira.
"Acreditamos que ele foi morto porque estava praticando a defesa dos direitos humanos. Por isso, a responsabilidade pela apuração deve ser da Polícia Federal", disse à Folha Julia Rochester, da Seção Brasil da Anistia em Londres.
Segundo a Anistia, Nogueira já tinha recebido ameaças de morte por causa de seu trabalho representando familiares de vítimas do esquadrão da morte, conhecido como Meninos de Ouro.
Nogueira também participava, desde maio de 95, de uma comissão que investiga a ligação do esquadrão da morte Meninos de Ouro com autoridades locais.
"A melhor maneira de a morte dele ser investigada é por policiais que não sejam ligados ao governo estadual", afirmou Julia.
O deputado federal Hélio Bicudo (PT-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e coordenador geral do Centro Santo Dias da Arquidiocese de São Paulo, também quer que o caso seja investigado pela PF.
"Queremos uma apuração rigorosa. Isso precisa ser muito bem analisado", afirmou Bicudo, que conhecia o advogado.
"Ele estava mexendo com um vespeiro. Denunciando as violências que acontecem no Rio Grande do Norte."

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