São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 1996
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Caixa deve cobrar juro de 13% ao ano

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CEF (Caixa Econômica Federal) decidiu optar pela menor das taxas de juros que vinham sendo estudadas nos últimos dois meses para a nova linha de financiamento habitacional voltada para a classe média.
A carta de crédito para a classe média que a CEF lançará na próxima semana deverá ter juros anuais entre 12% e 13%, segundo anunciou ontem o presidente da instituição, Sérgio Cutolo.
Fora do SFH, que tem juro limitado a 12% ao ano, as taxas da chamada carteira hipotecária variam de 14% a 22% ao ano mais TR.
A taxa de juros da carta de crédito da CEF será definida hoje à tarde em reunião da diretoria da instituição. "Estamos fazendo todo o possível para trabalhar com a menor taxa de juros, mas deve ficar em torno de 13%", disse Cutolo.
A CEF analisava a cobrança de juros entre 12% e 18% ao ano. Na semana passada, Cutolo disse que as taxas ficariam entre 13% e 15%.
Cálculo da CEF mostra que um empréstimo de R$ 50 mil com prazo de 12 anos geraria uma prestação mensal de R$ 952,73.
Se o empréstimo fosse de R$ 100 mil e o prazo de 10 anos, a prestação seria de R$ 1.998,05.
Conforme cálculos da CEF, a prestação mensal de um financiamento de R$ 50 mil direto com construtora seria de R$ 1.001,86 -prazo de 12 anos.
No caso de um financiamento de R$ 100 mil por 10 anos, o valor da prestação seria de R$ 2.091,56. Nesse caso a correção é pelo INCC (índice da construção civil da Fundação Getúlio Vargas).
Reajuste
A correção das prestações dos financiamentos pela carta de crédito será a cada três meses, mas a CEF já estuda mudá-la para anual. "No início, será trimestral, porque não tem outro jeito", disse Cutolo.
Para uma TR de 0,7% ao mês, a correção trimestral ficaria em 2,11%. Cutolo disse que os juros são altos devido ao custo de captação dos recursos.
A prestação inicial não poderá superar 20% da renda familiar dos interessados. Com isso, a diretoria da CEF acredita que os futuros mutuários terão recursos suficientes para pagar em dia o financiamento.
Se o mutuário tiver reajuste salarial igual à inflação -isto é, não tiver ganhos reais-, os gastos com a prestação do financiamento poderão atingir 40% de sua renda em um período entre seis e sete anos.
Nesse caso, o valor da prestação poderá ser renegociado. Isso não significa que a prestação voltará aos 20% iniciais da renda familiar.
Quem tomar dinheiro para reforma ou construção de imóveis terá cinco anos de prazo para pagar sua dívida. Para a compra do imóvel, o financiamento poderá ser pago entre 10 e 15 anos, de acordo com o valor.
Caso sobre dívida ao final do contrato, o mutuário poderá refinanciá-la por até 12 meses, desde que o valor mensal da prestação não fique abaixo da última paga.

LEIA MAIS sobre empréstimos imobiliários na pág. 2-8

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