São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 1996
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Giovanni assume papel de coadjuvante no Barcelona

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se por um lado o jogador pôde dividir responsabilidades, por outro deixou de ser o alvo maior das badalações. "O Ronaldinho é a grande estrela", disse.
Em entrevista à Folha, Giovanni falou sobre a mudança na carreira.
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Folha - Como está sendo sua adaptação ao futebol espanhol?
Giovanni - Ainda não estou 100% adaptado, mas é questão de tempo. Aqui, jogam um futebol de força, com muita velocidade. No Brasil, o jogo é mais cadenciado.
Folha - Em que função você atua na equipe do Barcelona?
Giovanni - Como na seleção, eu faço o número "1" (meia ofensivo, que cuida da ligação entre o meio-campo e o ataque).
Folha - Qual é a tática do time?
Giovanni - Nós jogamos com dois pontas bem abertos, o Stoichkov e o Figo. Eu, o Guardiola e o Popescu ficamos no meio. Nossa zaga joga em linha, bem adiantada.
Folha - Como está sendo jogar ao lado de Ronaldinho?
Giovanni - Está sendo maravilhoso. Não tem o que falar dele.
Folha - Ronaldinho é muito badalado. Isso está te ofuscando?
Giovanni - Não. Apesar da pouca idade, ele já foi campeão mundial. Aqui, ele é a grande estrela, acima dos outros. Isso é normal.
Folha - O Campeonato Espanhol é hoje o mais atraente do mundo?
Giovanni - Vendo os jogos, eu realmente acho que é. Falo com as pessoas no Brasil, e todos estão assistindo. Tem muitos brasileiros aqui, e isso atrai bastante.
Folha - Que time você acredita que possa encarar o Barcelona?
Giovanni - O Barcelona é uma seleção, mas não é imbatível. Milan (Itália), PSV (Holanda), Palmeiras e São Paulo poderiam.
Folha - O treinador Zagallo foi a Barcelona. Conversou com você?
Giovanni - Falei com ele após o jogo. Ele me parabenizou.
Folha - Você se sente pronto para ser titular da seleção brasileira?
Giovanni - Tem vários atletas na minha posição, mas confio em mim. Estou pronto para ser titular na Copa América e no Mundial.
Folha - Qual a diferença entre jogar no Santos e no Barcelona?
Giovanni - Aqui as responsabilidades são divididas. No Santos, a cobrança de resultados caía em mim, no Jamelli e no Edinho.
Folha - Qual a diferença entre jogar na Vila e no Nou Camp?
Giovanni - No Nou Camp é mais fácil jogar, mas a marcação aqui é mais cerrada. É pegar na bola, e já chega alguém. Na Vila não dá muito para tocar de primeira.
Folha - Como é o assédio dos fãs na Espanha?
Giovanni - O terceiro reserva do Barcelona é reconhecido em qualquer Estado da Espanha. Aqui, o assédio é maior que no Brasil. Tem muito brasileiro em Barcelona.
Folha - O que você faz em Barcelona quando está de folga?
Giovanni - Aqui tem tudo, praia, bons restaurantes, mas quase não saio. A gente viaja e treina bastante. Não sobra muito tempo.

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