São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 1996 |
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Banda escapa dos modismos de mercado
EVA JOORY
Mas o que Kay mostrou nessa noite foi o repertório do seu novo disco, "Travelling without Moving", ainda desconhecido do público. Kay montou uma banda afiada. Parece uma big band de baile funk. Sopros, baixo pesado e marcado e muito suingue. Tudo para fazer com que sua voz sumisse no palco, o que não aconteceu. Apesar de fina, tem ressonância em cena. Kay também tem desenvoltura para ser um excelente showman. Dança ora um pouco como James Brown, ora como um lutador de kung fu. Fez a apresentação inteira de chapéu, sua marca registrada. A única música velha que cantou foi "The Return of the Space Cowboy". De resto, o show apresentou as músicas novas. A melhor delas é "Cosmic Girl" que tem uma base disco. Além do remix feito pela banda, que agora conta com o DJ Warren no palco, "Cosmic Girl" será remixada por David Morales. Kay e a banda improvisam, batucam e jogam referências à bossa nova. Fazem batucada, mas inovam mesmo quando o músico chamado Wallace chega no palco para tocar o "didderedoo", um instrumento de sopro pesado de origem australiana. Entre as músicas que merecem atenção estão "Virtual Insanity", faixa que abre o disco, e "Alright". O som de Jamiroquai ficou mais suave, o que traz mais personalidade à sua apresentação. A banda faz a platéia dançar, mesmo não conhecendo as letras. Kay e sua banda parecem finalmente ter encontrado um caminho próprio, longe dos modismos impostos pelo mercado. Sua música não é dance, mas é bem dançante, de um jeito tradicional, mais clássico. E aí que reside o charme de Jamiroquai. O repertório de "Travelling Without Moving" merece atenção principalmente de quem acha que o novo CD soa igual aos outros discos do grupo. (EJ) Texto Anterior: JAMIROQUAI Próximo Texto: Bartoli confirma vinda ao país em novembro Índice |
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