São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Índios libertam 100 reféns após acordo com o governo

IRINEU MACHADO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

Os índios guajajaras da aldeia do Coquinho, em Grajaú (558 km ao sul de São Luís, no Maranhão), libertaram no início da tarde de ontem os reféns que estavam detidos desde quinta-feira.
A comitiva do governo federal encontrou cerca de cem pessoas detidas pelos índios.
Na aldeia, foram encontrados pela comitiva um ônibus lotado de passageiros, quatro caminhões (um deles transportando 30 pessoas) e outros sete carros.
Os reféns não tinham problemas graves, mas estavam muito cansados, segundo Benjamin Sicsu, assessor especial do Ministério da Justiça.
Os líderes indígenas aceitaram libertar os reféns depois que a comitiva com representantes do governo federal assinou um termo de compromisso para obras imediatas de recuperação da rodovia BR-226, reivindicada pelos índios.
Os índios disseram à comitiva que decidiram bloquear a estrada e sequestrar seus usuários para forçar uma atitude do governo.
Segundo os guajajaras, a reivindicação foi motivada pela morte de uma índia há cerca de 15 dias. A índia, doente, teria morrido por dificuldade de transporte.
O Ministério dos Transportes vai liberar em caráter de emergência R$ 1 milhão para obras de recuperação na estrada a partir de hoje e se comprometeu a incluir R$ 24 milhões no orçamento do ano que vem para asfaltar o trecho entre Barra do Corda e Porto Franco, que corta a aldeia Canabrava, habitada pelos guajajaras.
Só na manhã de ontem a comitiva foi à aldeia para negociar a libertação dos reféns. Anteontem, os representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio), do DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) e do Ministério da Justiça se reuniram no final da tarde com os moradores de Grajaú que lideraram a manifestação pelo asfaltamento da BR-226.

Texto Anterior: Vale é alvo de negociação
Próximo Texto: Cronologia do incidente
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.