São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 1996 |
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Acusado de morte é preso
MARCELO GODOY
A estudante foi assassinada na favela da rua Bauman (zona oeste de São Paulo) no dia 7 de setembro passado. Uma semana antes, teria sido estuprada por dois traficantes da favela. Segundo o delegado José Luis Brito, da Divisão de Homicídios, Camila ia denunciar o estupro à polícia e, por isso, foi assassinada. Anteontem, Maniçoba foi preso na favela. "Eu estava desempregado e passei a trabalhar como segurança da boca de fumo", disse. Os policiais acharam um depósito e apreenderam 887 pedras de crack, 332 gramas de crack, uma pistola, um revólver e quatro espingardas. Também foram encontrados balanças, munições, calculadoras e a contabilidade dos traficantes. O outro acusado do crime, conhecido como "Xuxa", conseguiu escapar. Xuxa e um traficante conhecido como "Tobé" teriam estuprado a estudante. Tobé foi assassinado dias depois da morte de Camila. Segundo o delegado, ele teria sido vítima de outros traficantes. Camila era viciada em crack e morava com os pais. Em agosto, fugiu da clínica onde se tratava e foi morar na favela da rua Bauman. Uma semana depois, ela teria sido estuprada por Xuxa e Tobé no barraco deste último. "Eu fiquei sabendo que ela queria denunciar os dois à polícia", disse Maniçoba. O preso disse que não participou do estupro da estudante. No dia do assassinato, ele disse que foi abordado por Xuxa e Tobé que o obrigaram a acompanhá-los. Os três estavam na favela do Ceasa, próxima da favela rua Bauman. "Entramos no Fusca e fomos à outra favela. Descemos do carro quando avistamos Camila", disse Maniçoba. Ela correu, e Tobé mandou-a parar. Ele se aproximou e deu-lhe um tiro na cabeça. Ela caiu e Xuxa descarregou a arma. "Depois me obrigaram a atirar", disse Maniçoba. Texto Anterior: STF avalia pena para estupro de menor Próximo Texto: Socióloga critica Comunidade Solidária Índice |
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