São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 1996
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Vítima era de classe média

DA REPORTAGEM LOCAL

José Vanderlei de Souza pertencia a uma família de classe média que mora na Mooca (zona leste de São Paulo). Mas ele se viciou em crack, foi morar em uma favela da Vila Joaniza (zona sul) e acabou morto pela polícia. José Vanderlei não tinha antecedentes criminais, nem passagem pela Febem.
Quem conta isso é o tio dele, o comerciante Sérgio Leitão de Souza, 36.
Segundo ele, seu sobrinho usava drogas havia um ano.
"Várias vezes ele saía de casa, passava dois ou três dias fora e voltava sem dar explicações do que havia feito", afirmou.
A última vez que José Vanderlei passou em casa foi em 3 de outubro, dia do primeiro turno das eleições. Desde então, ele estava morando em um barraco na favela do Fiozão, na Vila Joaniza.
A família dele, segundo Leitão de Souza, descobriu onde ele estava vivendo e estava tentando interná-lo em uma clínica de recuperação de drogados.
"Mas ele acabou morrendo antes que nós conseguíssemos tirá-lo do vício."
José Vanderlei, que estudou até a oitava série, deve ser enterrado às 8h de hoje no cemitério de Vila Alpina (zona leste).
Mesmo admitindo que seu sobrinho era viciado, Leitão de Souza não se conforma com as circunstâncias de sua morte. Ele já procurou ajuda da OAB para que "os culpados sejam punidos."
'Ele não era violento e jamais tomaria a arma de um policial", afirmou o tio.

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