São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 1996
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Preso acusado de matar garota de 16 anos

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia prendeu Raimundo Maniçoba, 23, sob a acusação de ele matar a estudante Camila Regina Gianotti, 16, enteada do empresário Luciano Schincariol.
A estudante foi assassinada na favela da rua Bauman (zona oeste) em 7 de setembro passado. Uma semana antes, teria sido estuprada por dois traficantes da favela.
Segundo o delegado José Luis Brito, da Divisão de Homicídios, Camila ia denunciar o estupro à polícia e, por isso, foi morta. Anteontem, Maniçoba foi preso.
Além disso, a polícia achou o depósito dos traficantes e apreendeu 887 pedras pequenas e uma de 332 gramas de crack, uma pistola, um revólver e quatro espingardas.
Também foram encontradas balanças, munições, calculadoras e a contabilidade dos traficantes. Um outro acusado do crime, conhecido como Xuxa, escapou.
Xuxa e um traficante conhecido como Tobé teriam estuprado a estudante. Tobé foi morto dias depois de Camila, segundo o delegado, por outros traficantes.
Camila era viciada em crack e morava com os pais. Em agosto passado, fugiu da clínica onde se tratava e foi morar em um barraco na favela da rua Bauman.
Uma semana depois, ela teria sido estuprada por Xuxa e Tobé no barraco deste último. "Eu fiquei sabendo que ela queria denunciar os dois à polícia", disse Maniçoba.
O preso disse que não participou do estupro da estudante. No dia do assassinato, ele disse que foi abordado por Xuxa e Tobé, que o obrigaram a acompanhá-los. Os três estavam na favela do Ceasa, próxima da favela rua Bauman.
"Entramos no Fusca e fomos à outra favela. Descemos do carro quando vimos a moça", disse Maniçoba. Ela correu, e Tobé mandou-a parar. Ele se aproximou e deu-lhe um tiro na cabeça.
Xuxa descarregou a arma. "Fui obrigado a atirar", disse o preso. Sem documentos, Camila foi enterrada como indigente. Há sete dias, a família reconheceu o corpo.

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