São Paulo, sexta-feira, 25 de outubro de 1996
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Serra volta e quer reeleição de FHC

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador José Serra (PSDB-SP) retornou ontem ao Senado, após a derrota na disputa pela Prefeitura de São Paulo, afirmando que uma de suas prioridades será trabalhar pela aprovação da emenda constitucional que permite a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Acho que a reeleição deve ser aprovada no prazo mais breve possível, até fevereiro, no máximo. Sou a favor de uma maior distensão da legislação política. O país deve ter a opção de escolher de novo ou não o seu dirigente", afirmou o tucano.
Serra afirmou que um dos seus objetivos, no momento, é "trabalhar no sentido da persuasão" da opinião pública em favor da reeleição.
Disse que vai escrever artigos, participar de debates e conversar com a sociedade.
'Recandidatura'
O senador tucano prefere chamar a reeleição de "recandidatura", já que não se trata de "prorrogação de mandato e, sim, da possibilidade de o presidente concorrer de novo".
Serra defende o direito da reeleição também para governadores e prefeitos. "É uma questão de princípio."
Embora a emenda da reeleição comece a tramitar pela Câmara, Serra disse que o Senado "já está participando da discussão".
Crítica
Ele criticou a votação de emenda pelas duas Casas -Câmara e Senado- separadamente.
"O ideal seria que a votação fosse unicameral (Câmara e Senado juntos, na mesma sessão). Ou, então, nas duas Casas simultaneamente. Seria melhor para o Senado, porque não viria o prato pronto", disse.
Serra negou que o governo vá atender a interesses de partidos ou parlamentares em troca do apoio à reeleição.
"O governo tem de enfrentar as denúncias de que usa a reeleição como moeda de troca. Quando eu estava no governo (era ministro do Planejamento), eu via várias notícias de negociações, quando nunca havia nada", disse.
'Tomando pé'
O senador tucano não quis falar sobre assuntos que estão na ordem do dia do Senado, alegando estar "tomando pé" da situação, após dois meses de campanha.
Mas disse que lhe "pareceu inexequível" a proposta de renegociação das dívidas estaduais com o governo federal que 19 governadores estão elaborando para apresentar ao Congresso.
A proposta prevê parcelamento das dívidas em 30 anos.

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