São Paulo, sexta-feira, 25 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Governo pede cautela na concessão de crédito

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo pediu ontem ao comércio cautela na concessão de crédito direto ao consumidor.
A intenção é evitar a repetição do que aconteceu em 95, quando houve uma inadimplência generalizada após a explosão de consumo do início do Plano Real.
"Existe uma constatação de que o crédito ao consumidor está crescendo muito neste período, até mesmo por causa da redução das taxas de juros", disse o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros.
Ele conversou com representantes do comércio e das instituições financeiras e recomendou que o comércio consulte sempre os serviços de proteção ao crédito para manter a qualidade dos empréstimos ao consumidor.
"Sugerimos cuidado e bom senso agora no final do ano. O mercado é livre e cabe a cada empresa saber de suas cautelas devidas", disse.
Endividamento
"Algumas coisas se conjugam, como redução dos juros, aumento de prazo e necessidade de venda. Com prazo mais longo o endividamento pode ser ainda maior", afirmou o presidente da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), Manuel de Oliveira Franco.
O secretário disse que as vendas físicas do comércio devem crescer entre 10% e 15% neste ano, enquanto a alta do faturamento deve ficar entre 5% e 7%.
"Isso mostra que os preços estão mais baixos. Por isso mesmo, há uma disputa de mercado em relação a prazos e cheques pré-datados", afirmou Mendonça de Barros.
Desabastecimento
Ele disse que não há preocupações com desabastecimento, porque a indústria começou a produzir antecipadamente.
Para tranquilizar os empresários, o governo garantiu que não haverá mudanças na política de redução de juros.
"Todos os participantes aprenderam lições com o período de 94 e 95. O que estamos fazendo é prevenir."

Texto Anterior: Governo vai criar linha de financiamento
Próximo Texto: Lucro do BB cresce 8,54% em setembro
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.