São Paulo, sexta-feira, 25 de outubro de 1996 |
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'O Matador' se torna cidadão do mundo
THALES DE MENEZES
Sucesso no Brasil (editado pela Cia. das Letras), o livro já foi lançado na França e na Itália. Sai em março na Inglaterra, acabou de ser vendido para a Alemanha e agora é disputado na Espanha. Hoje será anunciado o nome da editora que vai publicar o livro no país. "Os valores dos contratos que estamos negociando agora são superiores às cifras dos contratos com a França e a Itália, por causa do sucesso do livro nesses países, principalmente na França", explica Luiz Schwarcz, editor da Cia. das Letras. Schwarcz explica que ele e Patrícia estão mais preocupados com as condições de lançamento que as editoras oferecem do que com os valores pagos. "Na Alemanha, por exemplo, não fechamos contrato com a editora que tinha a proposta mais alta, mas sim com a Klett, que está disposta a lançar o livro primeiro em edição de capa dura, como achamos que deve ser feito", diz. O romance de Patrícia conta a história de um homem da periferia de São Paulo que se torna um matador, um justiceiro que elimina bandidos pé-de-chinelo. A autora imprime um ritmo vertiginoso à narrativa, envolvendo o leitor na indiferença do personagem central diante de seus crimes. A carreira internacional de "O Matador" começou no ano passado, quando os direitos de publicação do livro foram vendidos a editoras de três países durante a Feira de Frankfurt. As editoras Albin Michel (França), Feltrinelli (Itália) e Bloomsbury (Inglaterra) foram as primeiras casas européias que apostaram no livro de Patrícia. Com a conclusão da tradução para o inglês, "O Matador" ganha muito mais fôlego para atrair editores de outros países. Pelo menos quatro editoras dos EUA estão lendo o livro. Há interesse também de casas na Dinamarca, Holanda e Noruega. É muito difícil encontrar editores europeus ou norte-americanos que leiam em português. Por isso, na maioria das vezes um livro brasileiro é comprado por uma editora baseado apenas no parecer de uma pessoa contratada para isso. Só depois de a tradução ficar pronta é que o editor vai saber com certeza o que ele tem nas mãos. É sempre uma surpresa, às vezes boa, às vezes não. No caso de "O Matador", a reação é sempre a melhor possível. Na França, o "Le Figaro" destacou a obra numa resenha de meia página, sob o título "Samba sórdido". "Le Nouvel Observateur" também deu resenha elogiosa para o livro, enquanto a revista "Telerama" destacou "O Matador" numa página inteira, com o título "Trópicos sinistros". E os elogios não param. A crítica que prepara a resenha para o "Le Monde" entrou em contato com a escritora brasileira para dizer que adorou o romance. A editora Albin Michel apostou forte no livro. Há pôsteres da autora nas livrarias de Paris, muitas delas com o livro na vitrine. Numa reunião com os editores do livro na França, em setembro, Schwarcz e Patrícia ouviram dos franceses a intenção de publicar todos os livros da autora, "próximos e passados". Isso indica que "Acqua Toffana", primeiro romance lançado por Patrícia, em 1984, deve seguir a mesma trilha de "O Matador". Texto Anterior: Balthus ganha exposição na Itália Próximo Texto: Autora elogia cuidados com a tradução Índice |
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