São Paulo, sábado, 26 de outubro de 1996
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Presidente descarta negociação conjunta

WILLIAM FRANÇA; AUGUSTO GAZIR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que o governo federal vai discutir a dívida dos Estados caso a caso.
Segundo FHC, a União só negociará a liberação de mais recursos com os Estados que estão fazendo os ajustes considerados necessários pelo governo federal.
"Estado por Estado, vamos resolver os problemas. É claro que é preciso que os Estados se disponham a entrar num ajuste", disse.
FHC fez as afirmações durante a cerimônia de troca da guarda presidencial, no Palácio do Planalto.
O presidente desceu a rampa do Palácio para cumprimentar professoras e crianças que assistiam à solenidade.
FHC descartou a hipótese de realizar uma reunião com todos os governadores. "Em conjunto, não precisa. Cada caso é um caso", disse o presidente.
Exclusividade
FHC afirmou que dará "exclusividade" aos Estados que estão realizando ajustes. "Quem não estiver fazendo ajuste, não adianta botar dinheiro, porque o dinheiro é do povo, não é meu."
"Só se concede porque está se vendo que quem recebe está utilizando bem o recurso, está diminuindo as dívidas dos Estados", completou o presidente.
Segundo ele, a situação de "quase todos" os Estados está resolvida. "Já resolvemos Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Sergipe, Pará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais."
FHC disse que os Estados devem cumprir o acordo da renegociação das dívidas estaduais, feito em 1993, quando o presidente era ministro da Fazenda do ex-presidente Itamar Franco.
"Quando a gente faz um acordo, o acordo é para ser cumprido. E os governadores estão com disposição de cumprir", afirmou.
Espírito Santo
FHC disse que o Espírito Santo não receberá concessão especial do governo. Ontem, ele se reuniu com o governador Vitor Buaiz.
"O problema do Espírito Santo é que a folha é mais alta do que a arrecadação. Vamos ajudar o Estado a rever por meio de vários mecanismos essa situação. Inclusive, uma fórmula de fazer um fundo de aposentadoria", afirmou ele.
(WILLIAM FRANÇA e AUGUSTO GAZIR)

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