São Paulo, sábado, 26 de outubro de 1996
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Partido irrita governador

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador do Espírito Santo, Vitor Buaiz, disse que não admite que a sua expulsão do partido esteja sendo discutida "por grupos sectários, de uma forma tão simplória".
O diretório regional do PT no Estado estuda expulsá-lo do partido por causa das 700 demissões que ele determinou no banco do Estado, o Banestes.
Buaiz, que se reuniu ontem com o presidente Fernando Henrique Cardoso, se irritou ao comentar as críticas que recebe dos petistas capixabas.
"Eu não acredito que o partido queira expulsar uma de suas maiores lideranças. Imagina se quisessem expulsar o Lula (Luís Inácio Lula da Silva, ex-presidente do PT) por aquelas declarações sobre globalização da economia", disse Buaiz.
Em seguida, completou: "Ou o José Dirceu (atual presidente do PT), ou o Olívio Dutra (ex-prefeito do PT em Porto Alegre). Tenho uma história de vida dentro do PT", afirmou.
Ainda irritado, o governador justificou as demissões. "Quando faço uma demissão, não faço com boa vontade, não faço sentindo-me gratificado. Pelo contrário, eu estou coerente e solidário com todos os desempregados. Agora, sou governador e tenho que ajustar as finanças de forma que a despesa não seja maior do que a receita. É simplesmente isso."
Ele negou que esteja em crise com o PT. "O PT tem de resolver as suas questões internas no âmbito dos diretórios nacional e regional."
"O partido, enquanto partido político, deve protestar contra as demissões. Mas, ao mesmo tempo, o PT tem acompanhado de perto nosso trabalho. Estamos mostrando que, ao lado das demissões que são obrigatórias no serviço público, estamos gerando emprego e renda no nosso banco de desenvolvimento", afirmou.
(WF)

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