São Paulo, sábado, 26 de outubro de 1996
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As versões da polícia e do Ministério Público

Ministério Público
1 - Nove pessoas foram indiciadas pelo crime, mas as testemunhas afirmam ter visto apenas cinco assaltantes
2 - Nenhum dos acusados foi reconhecido pelas testemunhas
3 - Nenhum arma do crime ou objeto roubado na choperia foi encontrado com os acusados
4 - O barman e o caixa, que ficaram vendo três assaltantes por cerca de cinco minutos, não reconheceram os presos
5 - O inquérito nasceu da confissão espontânea de C.A.S., 16, de ter sido preso por roubo de carro
6 - O adolescente prestou quatro depoimento, todos conflitantes.
7 - Os presos disseram ter sido torturados no 15º DP para confessar os crimes e dar declarações nesse sentido à imprensa
8 - O delegado-assitente José Eduardo Jorge e quatro outros policiais foram apontados como torturadores
9 - Familiares dos acusados depuseram afirmando terem visto sinais de tortura nos presos
10 - Uma testemunha , o manobrista Flávio Junior, disse que houve pressão dos policiais para ele reconhecer um dos acusados
11 - Peritos do Instituto Médico Legal confirmam a existência de lesões
12 - Foram requisitadas duas reconstituições do crime por que a primeira teria sido baseada em informações contraditórias e confusas.

Polícia
1 - Cinco pessoas entraram na choperia, as outras quatro ficaram do lado de fora -duas vigiando a distância e duas nos carros usados na fuga.
2 - Três testemunhas reconheceram 100% um dos acusados, Valmir Viera Martins.
3 - A polícia concorda que armas e objetos não foram apreendidos
4 - Algumas testemunhas tiveram medo de reconhecer os acusados
5 - C.A.S. é muito semelhante ao retrato falado de um dos acusados feito pelas testemunhas do crime
6 - As contradição ocorreram em pequenos detalhes porque ele não contou a verdade ou tentyou omitir fatos
7 - Não houve tortura. Todos os acusados foram levados pelos policiais para fazer exames de corpo delitos que poderiam acusar a tortura
8 - Todos os policiaism citados são dignos de confiança e trabalharam sério no caso
9 - Os familiares presenciaram a confissão dos presos e declararam isso sem que tivessem sido coagidos
10 - Nenhuma testemunhas foi coagida a reconhecer, tanto que alguns reconhecimentos foram negativos
11 - Os acusados que se lesionaram foram presos após capotarem um carro.
12 - Não há constradições importantes entre as duas reconstituições.

Providências
1 - Novas investigações para esclarecer o número de participantes do crime
2 - Refazer os reconhecimentos para saber quem está certo
3 - Novas investigações para tentar encontrar as armas e os objetos
4 - Refazer os reconhecimentos
5 - Esclarecer efetivamente se o menor participou ou não do roubo
6 - Retomara seus depoimentos e tentar verificar se há novas contradições na história sobre o prisão
7 - Fazer exames de corpo delito para tentar encontrar lesões ou vestígios nos acusados e saber se as torturas relatadas poderiam ser feitas sem deixar marcas evidentes
8 - Esclarecer a atuação dos poiciais na condução do caso
9 - Retomar os depoiemtnos dos familiares dos presos e das pessoas que assinaram os depoimentos como testemunhas de leitura
10 - Saber se as lesões são características de tortura ou se de acidente de carro
11 - Retomar seu depoimento e refazer seus reconhecimentos
12 - O laudo da perícia comprando as duas reconstituições deve ficar pronto nos próximos dias

Fontes: promotor Eduardo Araújo da Silva e delegado João Lopes

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