São Paulo, sábado, 26 de outubro de 1996
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Chega ao país acusado de golpe no BB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após cinco meses de negociações, chegou ontem a Brasília o acusado de uma das maiores fraudes da história do Banco do Brasil. O empresário Domingos Rosólia Neto, preso nos Estados Unidos, é o primeiro brasileiro a ser extraditado pelos meios legais, a pedido do governo.
Antes, o Brasil só havia participado passivamente de extradições -aprovando pedidos de outros países. A exceção foi para Paulo César Farias e seu piloto, Jorge Bandeira, considerados "pedidos políticos", porque não seguiram os trâmites normais fixados pelos tratados de extradição.
Rosólia Neto é acusado de integrar uma quadrilha que lesou a agência do Banco do Brasil em Jundiaí (SP) em R$ 155 milhões. O desvio do dinheiro teria sido feito por meio de 499 operações fraudulentas, com o auxílio do gerente e de outras três pessoas, e descoberto em outubro do ano passado.
Todos os demais membros da quadrilha foram presos, julgados e condenados a penas de reclusão que variam de dez a 12 anos.
Segundo levantamentos da PF (Polícia Federal), Rosólia Neto teria ficado com cerca de R$ 40 milhões -que ainda não foram localizados.
Em maio, o empresário foi preso em Miami pelo FBI (a polícia federal norte-americana) depois de ter sido localizado pelo Serviço de Inteligência da PF brasileira, com a ajuda do Banco do Brasil.
Na época, o governo brasileiro decidiu se valer do tratado de extradição que mantém com os EUA desde 1965.
"Seguimos os trâmites legais e enfrentamos até mesmo o fato de o juiz norte-americano não ter visto, em primeiro momento, um nexo causal entre o golpe no Banco do Brasil e a figura dele (Rosólia Neto)", afirmou Sandra Valle, secretária de Justiça.

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