São Paulo, domingo, 27 de outubro de 1996 |
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Prostituição cresce como alternativa
FÁBIO GUIBU
Nesse período, a água cobre a área onde é produzido o tijolo e obriga as cerca de 3.000 pessoas que sobrevivem do trabalho -entre elas 800 crianças- a procurar outras alternativas para a sobrevivência. Segundo a Comissão de Direitos Humanos da Arquidiocese de Teresina, uma das alternativas que vêm se tornando frequente é a prostituição. "As meninas vão para as regiões de motéis e os meninos, para o centro da cidade", diz o presidente da entidade, Alci Marcos Ribeiro Borges, 30. Nas olarias, o assunto é evitado e a possibilidade de que a prostituição ocorra é apenas comentado com frases do tipo "ouvi dizer". O comportamento omisso, afirmou Borges, está associado à necessidade de sobrevivência e ao rendimento proporcionado pelos programas, geralmente superior ao obtido pelos meninos e meninas nas olarias. Poucas são as crianças, como Francisco das Chagas, 11, que conseguiram deixar o trabalho nas olarias e se dedicar aos estudos. Francisco moldava e carregava tijolos até a semana passada, mas parou de trabalhar porque o avô conseguiu um emprego. "Para mim, ficou ótimo agora", diz. Borges acha que solução para o fim da exploração da mão-de-obra e da prostituição infantil passa por trabalhos de conscientização e por programas alternativos de geração de renda. Texto Anterior: Olarias empregam cerca de 800 'crianças do barro' Próximo Texto: Segundo pesquisa, 67,2% não estudam Índice |
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