São Paulo, domingo, 27 de outubro de 1996
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PT pôs 107 mil novos alunos nas escolas e Maluf, 25 mil

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A gestão de Luiza Erundina (1989-92) na Prefeitura de São Paulo priorizou a educação. A de Paulo Maluf (93-96), não. É isso que mostram os indicadores quantitativos da rede.
Erundina aumentou as matrículas em 15% -o que significou um acréscimo de 107 mil novos alunos. Com Maluf, o aumento foi de 3% -25 mil estudantes.
As duas administrações destinaram praticamente a mesma fatia do orçamento para educação (10% com o PT; 8% com o PPB), mas gastaram o dinheiro em áreas diferentes.
Dirigida inicialmente pelo educador Paulo Freire, conhecido por sua metodologia de alfabetização de adultos, a gestão petista enfatizou o ensino fundamental e o atendimento de jovens e adultos. Elevou de 35 mil para 95 mil as vagas em cursos supletivos e criou o Mova (Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos), que atendeu 60 mil pessoas.
A gestão malufista na educação, dirigida pelo também educador Sólon Borges dos Reis, fundador do Centro do Professorado Paulista, criou o programa Leve Leite (distribuição de leite em pó para crianças em escolas e creches) e instalou este ano 200 laboratórios de informática.
Coerente com sua priorização na área de obras, Maluf promete chegar ao final de sua administração tendo construído 28 escolas a mais do que as 47 inauguradas por Erundina. Mais da metade (55%) dessas obras está sendo entregue este ano. Já o PT teve um ritmo estável de construções e priorizou a manutenção da rede: fez 189 reformas, contra 127 prometidas por Maluf até dezembro (90 delas já concluídas).
Com o slogan "mudar a cara da escola", a gestão petista, na visão de seus críticos, pecou pelo excesso de reuniões e cursos: para fazer o Estatuto do Magistério, por exemplo, houve 156 reuniões de negociação. "Para o autoritário é perda de tempo fazer reuniões. Para o democrata, é o único caminho", afirma Paulo Freire.
Já os opositores de Maluf acusam o prefeito de abandonar a área nos primeiros três anos de governo. "A mudança da filosofia da rede é geral. Não formamos mais militantes. Formamos cidadãos livres", defende Sólon Borges dos Reis.

LEIA MAIS sobre educação às págs. Esp. 6 a 8

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