São Paulo, domingo, 27 de outubro de 1996
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Maluf investe em ensino tecnológico

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

As atitudes das administrações Erundina e Maluf em relação ao ensino de 2º grau profissionalizante guardam uma distância comparável à lacuna ideológica entre o PT e o PPB.
Baseada nas Constituições federal de 88 e municipal de 89, que atribuem a responsabilidade da educação de 2º grau ao governo estadual, Erundina deliberadamente não investiu em ensino técnico profissionalizante.
Sabendo que o governo estadual estava quebrado, Maluf investiu R$ 11 milhões, segundo dados da Secretaria Municipal de Educação, para ampliar de uma para oito as escolas municipais de 2º grau, sendo sete delas profissionalizantes.
Segundo Angela Maria Oliveira Melo, chefe da Assessoria Técnica e de Planejamento da Secretaria Municipal de Educação, o 2º grau municipal está atendendo 3,2 mil alunos com quatro escolas. Se forem inauguradas as outras quatro escolas, o atendimento sobe para 4,5 mil alunos.
João Gualberto de Menezes, presidente do Conselho Municipal de Educação, acha "positiva" essa política: "Maluf desenvolve essa atividade em caráter suplementar, assumindo responsabilidades do Estado".
Mario Sergio Cortella, secretário de Educação na gestão Erundina, diz que a atitude de Maluf é "equivocada" porque "diminuem os recursos para o ensino fundamental". "A escola profissionalizante custa muito mais caro", diz.
Até 93, São Paulo tinha uma escola municipal de 2º grau profissionalizante, o colégio Derville Allegretti, fundado em 1968, em Santana (zona norte).
Maluf criou escolas em São Miguel Paulista, Sapopemba (zona leste) e Pirituba (zona norte).
Em Santo Amaro (zona sul), a escola Professor Lineu Prestes, que atendia apenas o 1º grau, fez um convênio com o Senai para o curso profissionalizante de mecânica de precisão.
Os alunos dizem estar satisfeitos com o curso, mas criticam o descompasso entre as estruturas da escola municipal e do Senai.
Segundo eles, além da deterioração do prédio da escola, o maior problema é a falta de professores. "Fica difícil acompanhar as aulas no Senai quando faltam aulas de matemática e química na escola", diz Sharon Ribeiro Richter, 16.
A secretaria diz que o problema da falta de professores será resolvido em breve com a convocação dos professores aprovados no primeiro concurso para o 2º grau municipal feito em setembro.

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