São Paulo, domingo, 27 de outubro de 1996
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Executivo relaxa montando miniaturas

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

No closet do consultor Edmundo Lobassi, 43, não há espaço para ternos e gravatas. Apaixonado pelo modelismo, ele transformou o local em uma minioficina, com minúsculas furadeiras e serras tico-tico, sofisticadas plantas antigas de barcos e aviões e muitas madeira e cola.
"Minha diversão é transformar uma planta antiga em uma caravela, uma fragata de época", diz Lobassi, que leva até dois anos para montar um barco.
O hobby começou há 14 anos, com os kits de montar aviões de plástico. Hoje, é definido como uma ludoterapia. "É a melhor forma de relaxar e de aprender a enfrentar problemas", afirma o consultor. "Quando mais tenso, mais tempo fico montando."
Assim como ele, diversos executivos e profissionais liberais têm a modelagem de carros, aviões, trens e barcos como válvula de escape para a tensão diária.
"É uma higiene mental", diz o engenheiro Edmar Mammini, 58, considerado um dos maiores experts em modelagem.
"Na oficina, a gente nem sente o tempo passar. É a melhor forma de recuperar a energia gasta no dia-a-dia", diz o cirurgião plástico Paulo Jacques Goldstein, 49, que transformou a garagem da casa em um completo ateliê de montagem.
Para os adeptos ao hobby, plantas complicadas e peças aparentemente impossíveis de serem montadas são os melhores desafios. A correta proporção de um bote em um barco ou do maquinista no trem exige estudo em livros de época e muita conversas com amigos e artesãos.
"Como as plantas de barcos são antigas, muitas vezes a gente quebra a cabeça para descobrir a melhor maneira de unir uma peça à outra", diz o cirurgião plástico.
O engenheiro Mammini conta que o hobby já o levou diversas vezes à Europa, sempre procurando uma planta nova, livros ou trocar experiência com modelistas de outros países.
Polivalente, o empresário Claes Mouret, 50, monta e pilota os pequenos aviões e helicópteros há 25 anos."É uma atividade complexa, difícil e, por isso, bastante interessante."
Na hora de voar, diz Mouret, o aeromodelismo obedece às mesmas regras de um avião de verdade. Na montagem, ele diz que a atividade manual é uma terapia.
Com menos paciência, Johannes Trenkle, 50, gerente-geral do hotel Hilton, diz que o aeromodelismo é a melhor atividade para combater o estresse diário, desde que seja pilotando aviões já montados.
"Em 1985 comecei a montar aviões, mas hoje não tenho paciência. O melhor é pilotar aviões por controle remoto."

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