São Paulo, domingo, 27 de outubro de 1996
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Cursos de letras têm menor procura

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

Com mercado de trabalho nada promissor, cursos como armênio, chinês, grego e russo foram os menos procurados, neste ano, pelos vestibulandos da Fuvest.
Na USP (Universidade de São Paulo), apenas oito se inscreveram para armênio -para um total de dez vagas. Em chinês, foram 13 inscritos -para 15 vagas.
"Há poucas chances profissionais para quem se forma em todas essas áreas. Não temos empresas de capital chinês ou russo no Brasil para justificar a necessidade do tradutor ou intérprete."
Segundo Homero Freitas de Andrade, 43, professor-doutor de língua e literatura russa da USP, o campo de trabalho é quase nulo.
"Dá para fazer tradução técnica e de livros, mas geralmente tem pouco trabalho. E, quando tem, é muito mal remunerado", diz.
Por cada página de tradução técnica, ganha-se em média R$ 50, segundo ele. A literária paga menos, de R$ 8 a R$ 20 por página.
Mas quem se forma em letras pode ainda seguir carreira acadêmica, como professor universitário. O salário médio é de R$ 2.000.
"Sei que é difícil conseguir uma colocação no meio acadêmico, mas é o que eu quero", afirma Valéria Aranha, 22, que está no quarto ano de russo. "Escolhi russo por amor. Adoro a literatura."

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