São Paulo, domingo, 27 de outubro de 1996
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Termos chulos; Falsa análise; Questão de mérito; Anjo; PT; O ministro de cada um; Balela; Reeleição; Ataque gratuito

Termos chulos
"Desejo louvar a crítica do ombudsman de 13/10 à Folha pelo contínuo uso de termos chulos e o 'excesso sem cerimônia' das mesmas expressões. No mesmo domingo o caderno 3 confirma sua judiciosa observação.
Há tempo venho notando esse 'excesso', sobretudo no Folhateen. A Folha parece querer avacalhar o sexo e lamentavelmente confunde a necessária, educativa e científica educação sexual do adolescente e do jovem com simples aula de biologia, sem nenhuma visão ética do amor e sem nenhum apelo à responsabilidade que o sexo exige.
Desejo que seus colegas de jornalismo atendam ao apelo que o ombudsman lhes faz."
Benedito de Ulhoa Vieira, arcebispo emérito de Uberaba (São Paulo, SP)

Falsa análise
"Com indignação tomei ciência da divulgação da falsa análise do deputado federal José Aristodemo Pinotti no que diz respeito ao contentamento dos usuários do PAS ('Painel do Leitor', 24/10).
Afirma este senhor que 'o PAS faz apenas triagem médica' e 'atende os casos de emergência de menor gravidade, privatizando e terceirizando totalmente o sistema de saúde'.
O plano PAS vem oferecendo resolutividade total ao sistema; o atendimento de casos graves e de complexidade se dá em quatro hospitais (Ermelino Matarazzo, Tatuapé, Campo Limpo e Jabaquara).
Ao contrário do que vem ocorrendo na rede pública estadual, a administração de São Paulo oferece à cidadania paulistana a ampliação de serviços e a excelência no tratamento terciário.
Neste hospital, o número de atendimentos saltou de uma média em torno de 19,8 mil atendimentos por mês para 25,3 mil; o número de cirurgias de grande porte, anteriormente em torno de 145 por mês, hoje já atinge a cifra mensal de 237. Partos e cesarianas realizados em número de 70 mensalmente hoje movimentam 222 atendimentos.
Procedimentos neurocirúrgicos de alta complexidade previamente à implantação ao plano PAS eram realizados em número de 7 ao mês, hoje já atingindo, em curva ascendente, o número de 31.
O dr. Aristodemo Pinotti deveria ao menos conhecer o fato de que inúmeras pacientes de seu parcialmente desativado hospital (Hospital Pérola Byghton) vêm sendo encaminhadas a este hospital para realizar justamente exames de complexidade, indisponíveis naquela casa.
Fica o convite para que o professor nos visite, bem como aos hospitais municipais que hoje, lotados, cumprem o papel de suprir as lacunas do famigerado SUS no município de São Paulo."
Thomaz A.C. Cardoso de Almeida, diretor técnico do Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya (São Paulo, SP)

Questão de mérito
"Na reportagem referente ao prêmio Nobel brasileiro, a pessoa em questão se tornou Nobel por influência do Brasil? Se ela tivesse residido sempre no Brasil, será que teria se tornado um Nobel? Eu, infelizmente, não creio.
Logo, qual o mérito que existe se aquele cidadão ou outro que seja tenha nascido no Brasil?
O mérito ocorreria se o Brasil desse condições para que o cidadão se tornasse Nobel ou olímpico.
Vamos ser mais realistas, humildes e, principalmente, vamos acordar, Brasil."
Alcebiades Custodio Filho (São Paulo, SP)

Anjo
"Na minha opinião, o candidato Celso Pitta já está eleito prefeito em São Paulo.
Com quase toda a mídia impressa e eletrônica a seu favor, transformando Paulo Maluf em anjo, não há como perder no segundo turno.
Parabéns a todos pela imparcialidade."
André Luís Fontes (Lavras, MG)

PT
"A elite morre de medo de o PT chegar ao poder.
Então, isso é um bom indício pra quem não é elite."
Daniel Tisséo Nogueira (Lorena, SP)
*
"O PT diz que sim, o povo diz que não. Erundina nunca mais."
Manuel Antunes (São Paulo, SP)

O ministro de cada um
"O ministro da Educação, referindo-se ao artigo da medida provisória que proíbe sanções administrativas a alunos cujos pais estão inadimplentes com a escola, disse:
'Estamos falando de segmentos da classe média, de advogados, de engenheiros, de economistas que têm seus filhos em escolas particulares. O governo tem que sair disso'.
Sugiro que o Brasil passe a ter dois ministros da Educação: um que cuide das classes altas e pobres e um outro que cuide da classe média, pois do contrário, mais uma vez, essa sofrida classe média estará órfã."
Mário Santoro Jr. (São Paulo, SP)

Balela
"O governo não vai economizar nada com suas medidas provisórias imorais e inconstitucionais.
Desde a edição da lei 8.112/90 o servidor não recebe mais os 20% quando se aposenta. A extinção de cargos públicos é pura balela, pois basta o governo não realizar os concursos para que esses cargos não sejam preenchidos.
A limitação de servidor para o exercício de mandato classista é outra medida ditatorial, pois os dirigentes sindicais no serviço público vêm denunciando as corrupções do governo, e ele, numa represália, quer acabar com o sindicalismo no serviço público."
Carlos Augusto Jorge (Goiânia, GO)

Reeleição
"A emenda da reeleição deve ser aprovada até por justiça, pois o governo FHC devolveu ao brasileiro o sagrado direito de sonhar, coisa que não acontecia há algum tempo.
FHC vai entrar pra história como um dos melhores presidentes."
Jacques Carlos Moreno (Londrina, PR)
*
"O governo FHC e seus aliados estão nos presenteando com uma pérola do absurdo. Descobriram que quatro anos são insuficientes para a implementação das reformas que o Brasil precisa.
Por isso, estão gastando o primeiro mandato na busca da reeleição para poder contar com exatamente quatro anos do segundo mandato para reformar o país."
Alvaro Bernal de Almeida (João Pessoa, PB)

Ataque gratuito
"Gostaria de manifestar minha perplexidade quanto ao artigo 'A miséria do capitalismo global', de Herbert de Souza (8/10).
São espantosas as frases 'os economistas são os generais de nosso tempo. Não foi por acaso os dois terem se dado tão bem na ditadura militar'.
O autor sabe que o regime militar teve 'apoio técnico' dos mais diversos profissionais em postos-chave, desde os advogados que cuidadosamente redigiam as leis de exceção até os médicos e psicólogos ligados a atividades bem menos 'acadêmicas'.
Lamentável o ataque gratuito aos colegas que escolheram uma outra ciência social."
Fernando Roberto de Freitas Almeida (Rio de Janeiro, RJ)

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