São Paulo, segunda-feira, 28 de outubro de 1996
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Encubadora tem inseto, diz mãe

ANDRÉ MUGGIATI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BOA VISTA

"Só Deus sabe o sofrimento que eu passei dentro daquele hospital", disse Edilamaria de Oliveira Augustinho, 23. Ela perdeu a filha Jaíne, aos oito dias, vítima de septicemia (infecção generalizada), no Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazaré, em Boa Vista (RR).
Segundo a mãe, a menina nasceu no dia 15, com 2,17 quilos, de cesariana.
Ainda bastante abatida, Edilamaria disse que não vai processar o hospital, mas quer que os responsáveis pela morte de sua filha sejam punidos.
Jaíne era a terceira criança de Edilamaria e a primeira menina. Ela já havia perdido uma outra menina, há três anos, no mesmo hospital.
Para Edilamaria, as oito noites que passou no hospital foram de terror, entre baratas, formigas e falta de luz.
"Cheguei a encontrar formigas dentro da incubadora onde minha filha estava. Dava medo de ficar naquele lugar sujo (enfermaria), cheio de bichos (baratas e formigas), no escuro", disse.
Ela afirmou que reclamava muito das condições de limpeza do hospital, mas que nada era feito.
"Com o sofrimento que eu passava, o corte da minha cirurgia se abriu. Eu me queixava para as enfermeiras, mas elas diziam que era assim mesmo."
Entre lágrimas, ela disse que a experiência a fez desistir de ter outros filhos e que fará cirurgia para ligar as trompas.
(AM)

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