São Paulo, segunda-feira, 28 de outubro de 1996
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Tempos difíceis

CIDA SANTOS

Os tempos estão difíceis para o vôlei dos EUA. O nono lugar da seleção masculina e o sétimo da feminina nos Jogos de Atlanta estão provocando turbulências no esporte que já deu cinco medalhas olímpicas aos norte-americanos.
E, pelo que tudo indica, vêm mudanças por aí.
A principal dela deve ser a formação de seleções infanto-juvenil e juvenil.
Os EUA são um desses poucos países, da elite do vôlei, que não disputam os Mundiais dessas categorias. O feminino participou só uma vez: em 1977. E o masculino, duas: em 77 e 81.
Vale lembrar que essa geração revelou Karch Kiraly e Pat Powers e acabou, anos depois, sendo bicampeã olímpica.
Os principais atletas do vôlei norte-americano vêm dos campeonatos universitários.
O problema é que a maioria chega à seleção principal já na casa dos 20 anos e sem bagagem internacional.
Bem diferente das principais forças do vôlei de hoje, que têm em quadra gerações campeãs mundiais nas categorias de base. Um exemplo disso é a própria seleção feminina do Brasil.
Enquanto os EUA procuram soluções, aqui no Brasil os tempos são de Superliga.
No sábado, o atacante Gílson, do Chapecó, comprovou que a nova regra, com a bola mais murcha para facilitar a defesa, poucas mudanças trouxe ao vôlei, um esporte cada vez mais baseado na força do saque. Gílson desceu a mão e deu um show: fez sete aces no Palmeiras, quase meio set só no saque.
No feminino, a boa nova é a busca dos dois técnicos finalistas do Campeonato Paulista em inovar na preparação de suas equipes. No BCN, as jogadoras estão tomando florais de Bach.
No J.C. Amaral, a novidade é a introdução da ginástica olímpica para aumentar a coragem e determinação das atletas.
Mais uma prova que o esporte é muito mais do que a bola só rolando.

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