São Paulo, segunda-feira, 28 de outubro de 1996
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Polícia busca droga em absorvente interno

JULIANA GARÇON
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Não espere uma recepção calorosa no acanhado aeroporto de Casablanca. Policiais com revólveres ou metralhadoras sempre à vista revistam a bagagem duas vezes.
Não há equipamentos eletrônicos de detecção de metais ou de raios X. Também não há filas organizadas para a alfândega.
As pessoas se amontoam diante de um balcão sobre o qual as malas são vistoriadas. Riscos de giz colorido identificam as aprovadas.
A desconfiada polícia marroquina procura armas e drogas. Frasqueiras e saquinhos de tecido chamam a atenção dos guardas.
Como a maior parte deles não fala inglês, e muitos também não se comunicam em francês, é melhor satisfazer logo a curiosidade deles.
Embrulhos provavelmente serão abertos. Algumas peças de roupa, amassadas. Objetos banais (para ocidentais) podem parecer suspeitos aos olhos dos guardas marroquinos. Absorventes íntimos internos podem ser confundidos com invólucros para drogas.
Transporte
Os velhos trens marroquinos são perfeitos para admirar a paisagem. Sua lerdeza permite ao viajante observar com calma as ruínas e os campos áridos entre as cidades.
A paisagem compensa a viagem, mas evite os horários em que o Sol está a pino, pois o ar-condicionado não funciona muito bem.
Para chegar a Marrakech é necessário tomar um trem em Casablanca (custa cerca de US$ 10).
Pode-se optar por ir de ônibus, mas não será mais rápido nem mais confortável que o trem.
Alugar um carro para ir à "cidade vermelha" é procurar dor de cabeça. Não se pode dizer que os veículos sejam zero quilômetro.
A sinalização, precária e escassa, é feita em árabe, embora haja algumas placas escritas em francês.
Se precisar pedir informações, esqueça o inglês -não é útil para a comunicação com os marroquinos, especialmente com os mais velhos ou com os que não costumam lidar com turistas.
Supondo que realize a façanha de chegar a Marrakech de carro, a etapa seguinte não será menos desafiadora. Motocicletas, lambretas e bicicletas, surgindo de todos os lados, fazem um emaranhado de veículos velhos e enferrujados.
A sinalização não é das mais eficientes. É bem verdade que há algumas placas de orientação. Mas são do tipo "vá nessa direção e se vire" e "não siga a seta". Deixam qualquer um perdido.
Além do mais, o principal ponto de interesse da cidade, a Medina, praticamente não pode ser percorrido de carro.
Nas ruas largas o suficiente, há crianças brincando e o risco de atropelá-las é iminente.
(JG)

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