São Paulo, quinta-feira, 31 de outubro de 1996 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Na TV, paulistanos assistem a duelo entre branca pittista e negra petista EMANUEL NERI EMANUEL NERI; PATRICIA ZORZAN
Além do fato de serem mulheres, em comum elas têm apenas uma identificação com as candidaturas que defendem na TV. Liliane Santos, negra e militante do PT, diz que não ganha para aparecer no programa de Luiza Erundina. Cláudia Spinelli, branca e malufista, afirma que receberá um "cachê" a ser negociado ao final da campanha. A legislação proíbe o pagamento desse tipo de atividade. Apesar disso, as duas vão dividir atenções durante o segundo turno. Liliane vive sua primeira experiência na TV. Militante de "coração", sem filiação partidária, diz que seu maior problema na TV de Erundina é "segurar o lado militante, emocional, e ser profissional da informação". Paulistana, casada com um branco, a petista tem curso superior de propaganda e trabalha como contato de publicidade. Filha de uma "petista roxa" e de pai músico, que trabalhou com Elis Regina, Liliane diz que não ganha para trabalhar com Erundina. "É por amor mesmo à camisa do PT. Acredito nas propostas do PT. Então tudo fica muito mais fácil." Liliane já morou na Suécia. Fala "mais ou menos" sueco, além de inglês e espanhol. Gostaria de continuar na TV após a campanha. Bonita, mas realista, não sonha com a possibilidade de ser modelo. "Com 31 anos é uma idade ultrapassada", diz. Liliane foi selecionada entre dez outras concorrentes, todas negras. A idéia de ter uma apresentadora negra foi feita pela própria Erundina. "Fiquei muito feliz em ajudar o PT." "TV Coração" Cláudia, a "moça do Pitta", já fez mais de 140 comerciais para a TV. Mas essa é sua primeira experiência "eleitoral". "Antes, eu fiz um comercial com o Duda (Mendonça, publicitário encarregado da propagando do PPB) para o PAS." Feliz com o seu desempenho na "TV Coração", ela explica que, mais do que tudo, o trabalho está servindo para divulgar sua imagem como apresentadora. "Sempre quis trabalhar nisso. Estou vendendo o que eu mais gosto de fazer, que é apresentar." Orgulhosa, ela conta que já recebeu duas propostas na área. "Não sei se vai dar certo, mas, por enquanto, está tudo indo bem." Mesmo sendo eleitora fiel do prefeito Paulo Maluf, ela conta que não aceitaria a proposta de emprego de Duda se tivesse de fazer "piadinhas" ou críticas políticas aos adversários. "Isso tem a ver com a postura da apresentadora. Sou extremamente neutra, prefiro um estilo jornalístico. Não faria o que uma moça do PT fez no primeiro turno, perguntando se alguém tinha visto alguma idéia do Pitta." Texto Anterior: Maluf faz esforço para mostrar que Pitta tem independência política Próximo Texto: "Ficamos de falar sobre valores depois" Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |